Lembram-se do escândalo com O Evangelho Segundo Jesus Cristo?; lembram-se do filme de Goddard «Je Vous Salut, Marie»?; lembram-se da confusão que se gerou com a rábula que o Herman José fez da última ceia de Jesus Cristo? Então porquê todo este espanto com a reacção dos muçulmanos aos cartoons dinamarqueses.
A verdade é que há aqui muito preconceito contra os árabes, querendo demonstrar a irracionalidade islâmica muita gente se esquece que o cristianismo, infelizmente, também lida muito mal com a crítica e com o humor. E há neste caso um aspecto agravante. O humor foi feito de fora, por uma entidade estranha ao islamismo, ao contrário do que aconteceu nos exemplos acima referidos. Ora isto torna a aceitação religiosa ainda mais difícil, sobretudo neste período de grande tensão civilizacional.
Por fim, eu acho que o respeito é uma coisa muito bonita. Aceito muito mais facilmente que se brinque com a minha religião do que com as outras. Toda a gente sabe que para os muçulmanos é proibido representar iconograficamente Maomé. É uma proibição absolutamente inocente, não há nada de mal nela – não é uma regra discriminatória, não põe em causa nenhum direito humano. Para quê desrespeitar esta proibição então? Comprámos um conflito desnecessariamente.
3 comentários
Por Mário Azevedo
às 11:39.
A verdade é que há aqui muito preconceito contra os árabes, querendo demonstrar a irracionalidade islâmica muita gente se esquece que o cristianismo, infelizmente, também lida muito mal com a crítica e com o humor. E há neste caso um aspecto agravante. O humor foi feito de fora, por uma entidade estranha ao islamismo, ao contrário do que aconteceu nos exemplos acima referidos. Ora isto torna a aceitação religiosa ainda mais difícil, sobretudo neste período de grande tensão civilizacional.
Por fim, eu acho que o respeito é uma coisa muito bonita. Aceito muito mais facilmente que se brinque com a minha religião do que com as outras. Toda a gente sabe que para os muçulmanos é proibido representar iconograficamente Maomé. É uma proibição absolutamente inocente, não há nada de mal nela – não é uma regra discriminatória, não põe em causa nenhum direito humano. Para quê desrespeitar esta proibição então? Comprámos um conflito desnecessariamente.
3 Comentários a “Que liberais que nós somos”
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foi uma boa jogada de marketing dos jornais europeus.
aprenderam bem com o Rushdie como se vende papel.
daqui a pouco o poder muslism que incita estes inocentes a manisfestações de fundamentalismo entretem-se com outra coisa qq e tudo isto acalma e entretanto o bolso de alguns ficou mais cheio.
Mário não entendi mt bem onde queres chegar (ou faço de conta que n entendi). A Igreja Católica Ap. Romana não gostou de mts caricaturas que lhes foram feitas, ex: a caricatura do Papa J.PauloII c o preservativo no nariz. Mas esta mesma Igreja n manda "fieis" atacar TUDO e TODOS. Há uma diferença. E só n vê quem n quer. Dizer que os "outros" é uma questão de "cultura" tradição é fugir ao assunto. No Editorial de 4ª feira (presumo) do Público bem lá mt bem explicado um BOM ponto de vista. Direito às diferenças, sim senhor, mas para os 2 LADOS! Pq é que os "islamitas" têm tanto medo da Democracia, da Liberdade, da Igualdade?
Fiquem BEM.
http://umpardebotas.blogs.sapo.pt
É claro que a Igreja Católica nos tempos que correm não incentiva comportamentos violentos. Mas isto acontece em certa medida porque ela não tem o peso de outrora. Nós vivemos numa sociedade em que apenas uma minoria é cristã, neste caso católica; se houvesse uma religiosidade tão presente no ocidente como há no oriente muçulmano a história seria outra.