Confesso que esta questão do casamento dos homossexuais me aborrece um pouco. Acho que tem que ver com um certo folclore a la Bloco de Esquerda. É um tema que deve ser alvo de reflexão, mas não vejo que tenha a relevância que a comunicação e certos políticos lhe dão, até porque o impedimento legal para casar não afecta assim tanto a vida dos homossexuais, já que as uniões de facto garantem grande parte, se calhar a totalidade, dos direitos consagrados pelo casamento.
Seja como for, concordo que eles possam casar. Cada um tem o direito de fazer o que quiser da sua vida, desde que não ponha em causa os direitos dos outros. Tudo isto a propósito deste post de Pacheco Pereira. Ele constrói a sua argumentação tentando flanquear os defensores do casamento, dizendo que não há nada de mais conservador do que «reivindicar o “casamento” para os homossexuais […] essa sobrevivência na lei do mandamento cristão-católico.» Ora, Pacheco Pereira falha na base porque pressupõe que os homossexuais não podem ser conservadores; e que não podem ser católicos; e que não podem dentro desta lógica achar que querem casar exactamente por serem conservadores.
Mas eu percebo por que razão utilizou este argumento. Sabendo que este tema é muito caro a certa esquerda jacobina, Pacheco Pereira sabe que o melhor ataque que lhes pode fazer é ameaçar com o anátema do conservadorismo.

1 Comentários a “Acusadas de conservadorismo”

  1. # Blogger Alex

    O Mário antecipu-se no post, já que estava à espera da resposta do conservador.
    No geral concordo contigo. A lei deve reconhecer inapelavelmente direitos iguais para quem viva em comunhão, mas o casamento é sem dúvida uma figura legal de inspiração religiosa que sempre previu que as pessoas tenham sexos diferentes. Fazer disso uma bandeira é sem dúvida folclore.  

Enviar um comentário

Procura



XML