Eu estava mais ou menos decidido a não voltar ao assunto. O meu ponto de vista já tinha sido registado, e não me interessa fazer campanha.
Mas os últimos dias e os acontecimentos têm-me deixado verdadeiramente irritado. Aqui já não é uma questão de opinião, nem de argumentos.
Marcelo Rebelo de Sousa iniciou as hostilidades com a ideia peregrina de despenalizar sem descriminalizar. O Mário considerou isto um malabarismo. Eu acho que é uma parvoíce.
Mas a ideia pegou e o inefável Bagão Félix vem com outra proposta. Não se despenaliza nem descriminaliza, mas as mulheres não são presas. E ainda vem com a questão da pergunta, que considera fraudulenta.
Depois chega Marques Mendes com outra proposta que eu, com muita sinceridade, não percebi ainda muito bem. Quem quiser que me explique a lógica de votar agora "não" para que, posteriormente, se altere a lei para despenalizar a IVG. Se isto tiver alguma explicação racional.
Mas a cambalhota mais complicada de perceber nestes dois gringos é a lógica por trás disto. Como já escrevi há duas semanas, o argumento ético contra a IVG é perfeitamente racional, e aceito sem problemas que as pessoas votem "não" para defender a inviolabilidade da vida humana, em qualquer estágio. Agora, diga-me, qual é o valor que eles estão a defender? Será que é "longe dos olhos, longe do coração". Ou é uma táctica deliberada de confusão, a criar uma 3ª alternativa que não existe no referendo?
Então qual é a pergunta que Bagão Félix queria? Será "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, praticada em qualquer altura da gestação, em qualquer sítio, excepto em estabelecimentos do Sistema Nacional de Saúde?". Parece-me que é isso que ele está a defender, mas se for, digo eu - assim é que não, origado.
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Por Alex
às 22:43.
Mas os últimos dias e os acontecimentos têm-me deixado verdadeiramente irritado. Aqui já não é uma questão de opinião, nem de argumentos.
Marcelo Rebelo de Sousa iniciou as hostilidades com a ideia peregrina de despenalizar sem descriminalizar. O Mário considerou isto um malabarismo. Eu acho que é uma parvoíce.
Mas a ideia pegou e o inefável Bagão Félix vem com outra proposta. Não se despenaliza nem descriminaliza, mas as mulheres não são presas. E ainda vem com a questão da pergunta, que considera fraudulenta.
Depois chega Marques Mendes com outra proposta que eu, com muita sinceridade, não percebi ainda muito bem. Quem quiser que me explique a lógica de votar agora "não" para que, posteriormente, se altere a lei para despenalizar a IVG. Se isto tiver alguma explicação racional.
Mas a cambalhota mais complicada de perceber nestes dois gringos é a lógica por trás disto. Como já escrevi há duas semanas, o argumento ético contra a IVG é perfeitamente racional, e aceito sem problemas que as pessoas votem "não" para defender a inviolabilidade da vida humana, em qualquer estágio. Agora, diga-me, qual é o valor que eles estão a defender? Será que é "longe dos olhos, longe do coração". Ou é uma táctica deliberada de confusão, a criar uma 3ª alternativa que não existe no referendo?
Então qual é a pergunta que Bagão Félix queria? Será "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, praticada em qualquer altura da gestação, em qualquer sítio, excepto em estabelecimentos do Sistema Nacional de Saúde?". Parece-me que é isso que ele está a defender, mas se for, digo eu - assim é que não, origado.
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