É verdade, eu tenho ódios de estimação. E até acho saudável que uma pessoa tenha uns alvos para descarregar a bílis, de vez em quando. Nos últimos anos, o meu preferido tem sido Maria José Morgado.
Para começar, faz-me espécie quando vejo tanta sede de protagonismo sem causa justa. Esclareço: Morgado não fez nada de especial. Não criou nada, não liderou nada, não descobriu nada importante. Ou melhor, descobriu uma palavra mágica: corrupção. Assim, aproveita ciclicamente todos os espaços que lhe dão para aparecer. E é só mesmo isso que faz bem: aparecer.
A "entrevista" que concedeu, publicada hoje no Notícias Magazine, é o melhor exemplo que já li do que digo acima. Custa-me chamar-lhe entrevista porque não existe qualquer pergunta. A suposta "jornalista" limita-se a dar uma deixas para que Morgado repita, no seu tradicional discurso circular, as palavras do costume: corrupção, futebol, autarquias, governo. Em resumo, nem uma ideia, nem uma proposta, nem um nome, nem uma denúncia, nem nada. É a Octávio Machado da justiça - não diz nada porque "vocês sabem do que estou a falar".
O pior é que resulta. Escreveu um livrozeco e vendeu 40 mil cópias; é convidada para debates televisivos; e é considerada uma pessoa séria.
Não por mim. É um dos meus ódios particulares.


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