Escreveu há dias no Público Vasco Pulido Valente que «a tirania do "politicamente correcto" [outra vez, irra] já não permite pensar que a civilização greco-latina e judeo-cristã da Europa e da América é uma civilização superior; e superior, muito em especial, à civilização falhada muçulmana e árabe.» Rui Tavares contrapôs no Aspirina B, lembrando entre outras coisas o Holocausto e os Gulag. A conversa entre os dois não parou por aí, e eu confesso que gostei muito de ver Rui Tavares a dar uma coça no Vasco Pulido Valente. Mas nesta questão específica, penso que não tem toda a razão.
Não vou dizer que acho a nossa civilização superior à muçulmana, mas tenho muito orgulho em ser europeu. Da mesma forma que admiro civilizações como a Grécia Antiga e o Império Romano, apesar de todos os defeitos, não sei como não me espantar com o que o ocidente europeu alcançou nos últimos séculos (seguido da América): a democracia, a liberdade, a prosperidade, o avanço científico-tecnológico, a profundidade do conhecimento, a diversidade e a complexidade artística, literária e filosófica, etc.
Dito isto, é preciso não esquecer que também a civilização muçulmana teve o seu período áureo; afirmar, como Pulido Valente, que ela é «falhada», «fanática, despótica e analfabeta» é estupidez. O Islão passa por dificuldades muito grandes, é um facto, mas o que importa é saber como ajudá-la a levantar-se. Isto é, no caso de haver interesse em levantá-la. O que eu, pelas manifestações islamofóbicas que tenho visto por aí, começo a duvidar.

0 Comentários a “Civilização Ocidental”

Enviar um comentário

Procura



XML