Não é fácil lidar com a burocracia portuguesa. Eu, como estrangeiro, tomador de um empréstimo para habitação, casado, funcionário público, eleitor e pai, que o diga! Em todas as situações em que precisei de recorrer ao Estado, foram-me sempre levantadas complicações por não ser português. Algumas compreensíveis. Outras surrealistas.
Justamente para pôr termo a isto, decidi-me finalmente por colocar em marcha o processo de reconhecimento de nacionalidade, por ter pais portugueses e casados na altura em que vim ao mundo. Segundo me foi informado ma altura, era facílimo.
Há 15 dias lá fui eu à Conservatória do Registo Civil de Braga, para perguntar o que era necessário.
- Pouca coisa: certidão de nascimento sua e do pai ou mãe, bilhete de identidade ou atestado de residência.
- (Eu, já muito escaldado nestas coisas) Mas escreva-me aí, se faz favor, que assim não me esqueço.
Levei os documentos e marcaram-me o dia de ontem, à tarde, para lavrar o auto.
- (Eu, já a desconfiar de tanta facilidade) E não é preciso mais nada?
- Não, só é necessário pagar 175 €.
- Tem a certeza? Não tenho de trazer nada no dia?
- Não, basta aparecer cá.
Ontem à tarde, eu, todo pimpão.
- Vim fazer o auto de reconhecimento de nacionalidade.
- Ah, sim; olhe, trouxe algum documento brasileiro consigo? Bilhete de identidade ou carta de condução?
- !?#!?!?#??#!
Assim não dá...

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