Hoje, manhã cedo, li uma notícia no Público Online acerca das condições dos Tribunais portugueses - cheios de barreiras arquitectónicas e sem casas de banho.
À tarde reparei que tal artigo tinha desaparecido da página do jornal e tinha sido substituído por outros acerca das recentes declarações do Director da PJ que, em vez de procurar assegurar o recato e a serenidade que a sua polícia precisa para trabalhar, cada vez que abre a boca é para "incendiar" o prato onde come.
E assim se discute fervorosamente o acessório enquanto se esquece o essencial.
Sendo assim, merecemos estar como estamos.
Outra curiosidade: tenho o hábito de ler os comentários aos artigos de jornal que leio online. Sei perfeitamente que estes não constituem nenhum barómetro social válido, mas também nos permitem tirar algumas ilações.
Entre estas, a principal é a de que deixamos de ser um país de ruralidade ostensiva, de baixas qualificações e humildade subserviente para passarmos a ser um país de ruralidade encapotada, com falta de cultura e de uma arrogância insuportável. Por exemplo, na notícia sobre os tribunais os comentadores não estavam preocupados com a impunidade que o mau funcionamento do aparelho de justiça permite ou com a consequente ameaça que daí resulta para o Estado de Direito Democrático. Nada disso. Verdadeiramente importante é o facto de o "subsídio de renda" dos juízes ser superior ao ordenado do "povo", que em grande parte não tem saneamento básico, e que os juízes "não são mais do que os outros".
Vamos longe vamos...

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