As crescentes reacções intestinais ao nome de Manuela Ferreira Leite para putativa líder do PSD, se for possível considerar a azia enquanto indicador político, confirmam apenas o óbvio: a sua candidatura faz falta - nem que seja só para agitar esta acalmia cómoda e conveniente para muitos.
A não existência de uma alternativa "à direita" do PS interessa, em segunda linha, aos partidos "à esquerda" do PS. Principalmente aquele que ainda acalenta esperanças em ser o peso libertário na governação do país por um socialismo sem maioria absoluta.
Compreendo o incómodo, mas uma coisa é certa: quanto mais espernearem mais me convencem! Continuem.

8 Comentários a “PSD II”

  1. # Blogger Alex

    Ó Leandro, reacções "intestinais"??? É verdade que a cara da Azeda-o-Leite dá a volta à barriga a qualquer cristão, mas não exageres.
    Quanto à tua leitura sobre as reacções à esquerda, incluindo a minha, acho que estás completamente equivocado. Muito pelo contrário. Quanto mais forte for uma candidatura do PSD (ou PSD-PP, como defende João Jardim), mais importante poderá ser o papel do BE na composição de um futuro governo.  

  2. # Blogger Leandro Covas

    Alex,
    O meu post não é uma reacção específica ao teu comentário mas a muitos que ouvi durante o dia de ontem na televisão e rádio. Quanto à expressão reacções intestinais ela não pretende ofender ou exagerar seja quem ou o que quer que seja.
    Tu não gostas da Manuela Ferreira Leite. Tens esse direito. E talvez por isso escreveste o que escreveste sem a mínima preocupação pelos factos. Então a mulher é do mais incompetente que há? E bate todos aos pontos em incompetência? É feia e repugna os portugueses?
    Se isso fosse verdade não reagias assim. Desvalorizavas a candidatura dela como benéfica à esquerda e não tinhas esta reacção instintiva primária (que é o que eu quis significar com a tal expressão que agora até perceberás porque é adequada).
    Olha, eu abomino politicamente o Louçã e a sua demagogia mas sou forçado a reconhecer-lhe uma inteligência apurada. A minha reacção primária é intestinal mas depois a razão impõe-se. És capaz de fazer o mesmo? Eu sei que sim e que apenas disseste o que disseste da "boca p'ra fora" porque és muito mais sofisticado que isso. O problema é que nem todos te conhecem tão bem e poderão ficar com uma ideia errada acerca de ti :-))).  

  3. # Blogger Alex

    Quanto à primeira questão, tens toda a razão. Eu não gosto da senhora. É uma questão de química, ou do estilo, mas não vou mesmo à bola com ela.
    Mas descontando os meus exageros de linguagem, quanto aos factos não vejo onde está o erro. Enquanto ministra da Educação, Ferreira Leite foi contestadíssima por alunos e pais, principalmente quando introduziu as propinas no Ensino Superior. Não te lembras das cenas de rabos ao léu em Coimbra?
    E a actuação da ministra das Finanças de Barroso começou no aumento do IVA, de 19% para 21% e terminou na revelação, a posteriori, de que ela e Bagão Félix foram responsáveis directos pela transformação do buraco orçamental de Guterres numa cratera, da qual só agora estamos a sair.
    A competência da senhora enquanto profissional da sua área de competências não me cabe julgar, mas a sua experiência governativa foi um desastre. E duplo!
    Não são estes os factos?  

  4. # Blogger Leandro Covas

    Este comentário foi removido pelo autor.  

  5. # Blogger Leandro Covas

    Não. Os factos foram outros.
    Uma política contestada não é necessariamente uma má política. O aumento das propinas foi uma medida contestada mas era uma política correcta pois as propinas não eram aumentadas há uma eternidade e encontravam-se desajustadas com a realidade. Ela foi incompetente porque aumentou as propinas? Algo que tem vindo a acontecer, sem contestação diga-se, ao longo dos anos? Parece-me a mim que ela tomou uma medida corajosa que rompeu com o status quo e que agora é normal e expectável (como o aumento anual das portagens na ponte 25 de Abril, a introdução de portagens nas SCUTS pelos próprios que inventaram o conceito de auto-estradas sem portagens, a introdução de portagens em auto-estradas construídas para não ter portagens e muitos mais exemplos de medidas impopulares mas necessárias que foram transformadas em slogans anti-cavaco e são agora prática comum). Isso a mim revela-me a verdadeira natureza do PSD: tomar as medidas necessárias ao desenvolvimento do país mesmo que isso signifique romper com tradições e com o "establishment". Esse é o PSD que quero e não uma sua versão populista que diz às pessoas aquilo que estas querem ouvir e não aquilo que é necessário fazer.
    Quanto ao IVA: sonora gargalhada! Deves estar a brincar. Ela aumentou o IVA porque era necessário fazê-lo e, diz-nos a história, que o fez de uma forma moderada (a primeira coisa que o PS fez foi aumentar o IVA de 19 para 21 % ao abrigo da fraude do défice). A velha estória do défice de 6% em 2005 é uma fraude. O governo de Santana esteve em gestão durante o primeiro trimestre de 2005, não toma (de forma ética) medidas de gestão orçamental extraordinárias, é depois caluniado com um relatório encomendado ao Banco de Portugal (cujo responsável até já foi presidente do PS e participa na fraude) que avançava com uma previsão de défice para final de 2005 como se o país fosse um carro sem ninguém ao volante.
    Eu sei que convém demonizar a gestão da "direita". Nem que seja para não perder o fulgor ideológico. Mas se tomas como factos a sua caricatura, então percebo de onde vens e para onde queres ir. E fica tudo dito.  

  6. # Anonymous Anónimo

    leandro,
    sobre a ferreira leite haveria muito a dizer, mas não tenho tempo. gostaria no entanto de voltar a uma afirmação tua:
    «A não existência de uma alternativa "à direita" do PS interessa, em segunda linha, aos partidos "à esquerda" do PS».
    eu pergunto-te, será? não estarás a cometer o pecado do futurismo.
    para mim, parece-me óbvio que da candidatura de ferreira leite poderão surgir vários cenários. um deles, bastante provável, é que o psd retire ao ps votos, fazendo com q os socialistas percam a maioria absoluta, ficando dependentes do BE para formar a maioria.
    não digo que seja o único cenário possíve, digo-te que é um deles.  

  7. # Blogger Leandro Covas

    Mário,
    O cenário de que falas é precisamente aquele que eu acho mais provável e a que me refiro no texto.
    O problema é que um PSD fraco favorece um deslizar do eleitorado do PS para o Bloco. Principalmente a ala mais à esquerda do PS que está descontente com a governação "centrista" do governo de Sócrates. Esse cenário implicaria um reforço do eleitorado do BE por não haver à direita qualquer ameaça.
    Havendo um PSD forte, isso fixaria o eleitorado PS e iria buscar o eleitorado flutuante "centrista" para o PSD.
    Em qualquer das situações o BE ganha influência sobre um Governo PS sem maioria absoluta. Com uma diferença: no primeiro caso essa influência tem o bónus dum reforço do peso eleitoral do Bloco, o que não acontecerá no segundo caso. Percebes agora o meu raciocínio?  

  8. # Anonymous Anónimo

    Eu entendo isso, só que há um problema. É que com um PSD fraco o mais certo é o PS ganhar a maioria absoluta, logo de nada valerá ao BE aumentar o seu peso eleitoral.
    Mas estamos a especular. Vamos ver quem ganha no PSD. Isto ainda não são favas contadas para a Ferrreira Leite. E também não sabemos o que ela vale eleitoralmente. Seja como for, espero que ganhe as directas.  

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