"O quê, Alexandre??? Só agora?!? A quem é que interessa isso nesta altura?"
Bom, pelo menos interessa a mim. Não tenho desculpas. A preguiça é uma coisa lixada.
11. Six Organs of Admittance - "Shelter from the ash"
"Shelter from the ash" é mais agreste, mais rock e menos folk que os seus antecessores imediatos. Aposta mais na estrutura da canção e menos no envolvimento. É igualmente sedutor, mas talvez menos duradouro. O talento de Ben Chasny continua a brilhar na construção de melodias escorreitas e nos arranjos poderosos.
12. Electrelane - "No shouts no calls"
As Electrelane foram sempre um corpo estranho e indecifrável na música pop, desde "Rock it to the moon". Este último registo da banda (veremos se é mesmo o último em definitivo) repete a fórmula das guitarras em espiral, baixo e bateria básicas e vocais desconcertantes - mais uns quantos teclados gélidos e deslocados. É tudo deliciosamente e deliberadamente esquisito - como uma transfiguração de meninas de coro metidas no LSD.
13. Interpol - "Our love to admire"
Este é o registo "comercial" dos Interpol. As melodias são mais simples e assobiáveis; não há crescendos do início para o fim das músicas e a voz está mais à frente. Também é um registo de definição: a receita está esticada até ao ponto de explosão. De volta a ambientes soturnos ou para a frente com canções pop do século XXI? Até ao próximo capítulo, vale a pena continuar a admirar este álbum.
As lembranças imediatas são de Nick Cave dos bons velhos tempos. Mas enquanto Cave procurava uma musicalidade mais limpa, os arranjos épicos formam a base de “Elegies…”. O que, por um lado, é excelente. Por outro, é algo cansativo e formulaico, e ouvir o álbum de uma assentada não é a melhor forma de o apreciar. É impossível escapar, no entanto, à beleza de temas como “Twenty five sins” ou “The deception”.
15. Marilyn Manson - "Eat me, drink me"
Manson passou, em definitivo, a barreira da música pop com a sua teatralização, que acabou por engolir o som que produz. E em uníssono, os seus álbuns foram ficando mais indistintos e menos emocionantes com o passar do tempo. Não admira, portanto, que quando resolve utilizar o talento que tem para fazer música e lance um álbum sério, ninguém lhe ligue. Foi o que se passou com “Eat me, drink me”, o melhor registo desde “Antichrist superstar”. Não há aqui nada de novo, é apenas um registo conciso, limpo e a rasgar, sem excessos de teclados e efeitos que afogaram algumas boas canções de álbuns passados. “Eat me, drink me” é quase todo guitarra, baixo, bateria e a grande voz que Manson tem em canções pop com sentido.
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