Pinto da Costa afinal vai a julgamento, acusado de dois crimes de tentativa de corrupção. Eu tenho esperanças que isto não fique por aqui. Se realmente, e contra todas as expectativas iniciais, ficar provada a tentativa de corrupção, que a punição seja dura e rápida.
Só tenho a edição do Record de hoje como fonte. Como o jornal omite uma quantidade enorme de factos importantes, as minhas opiniões sobre estes casos concretos terá de ficar para depois. Mas vou partilhar alguns dos meus pensamentos, pelo menos para ver se alguém me consegue fazer perceber melhor o que se passa.
1) Não sei porque a acusação é de "tentativa" e não de corrupção, pura e simples. Mas, como não passa pela cabeça de ninguém que Pinto da Costa tenha comprado (ou tentado comprar) árbitros para dois jogos que não contavam para nada, o alvo só poderiam ser jogos anteriores ou posteriores. Sobre jogos anteriores, nada li ou ouvi que indicasse quais seriam, e assim só sobra a já antiga acusação de que as ofertas teriam como efeito beneficiar o clube a médio e longo prazo.
Mas isto levanta outras questões. Se o árbitro é comprado para o futuro, tem de ser nomeado para jogos do clube. E também não pode descer de divisão, o que seria muito natural tendo em conta que deveria receber pontuações baixas nos jogos em fizesse o "serviço". E assim, teríamos de implicar, além dos árbitros, quem os nomeia e quem os avalia.
Ou, em contraponto, a maioria (ou todos) os árbitros estão comprados, e já não é necessário escolher este ou aquele para um jogo em particular. Em que é que ficamos?
2) Se um árbitro é "comprável", porque razão só se vende a um agente ou clube em particular? Não seria mais lógico que actuassem as leis do mercado, a de "quem dá mais"? Ou actuam aqui outras lógicas?
3) Desculpem a minha ignorância: será possível que um clube venha a ser condenado por corrupção e não perca o campeonato da época em causa?

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