60 minutos de jogo. Na sequência de um livre, o remate de Karagounis trouxe-me à memória um momento mágico do futebol. Não o golo, obviamente, porque este foi banal e já vi dezenas de golos iguais a este. Refiro-me ao fantástico gesto técnico de Ricardo, aquele flectir ligeiro das pernas e o olhar direccionado ao esférico, a lembrar o saudoso Neno nos seus melhores dias no Benfica, quando cada livre próximo da área era uma sentença de morte para a baliza encarnada. Houve futebol! E a homenagem ao grande Neno acaba com aquele sacudir de braços, como quem diz: "prontos! não tinha hipóteses!". Sem dúvida Ricardo é um dos grandes especialistas mundiais de defesas com os olhos. Confiram:
Fora este grande momento, o resto do desafio foi de uma mediocridade a toda a prova. Se Scolari continua a insistir em adaptações sem pés nem cabeça (Caneira a defesa esquerdo, Meira a médio, Ricardo a guarda-redes) estamos mal. Se a isto juntarmos a fraca forma física e técnica de quase toda a gente, estamos pior.
Scolari ainda conseguiu fazer rir a conferência de imprensa com a história dos dois jogadores que ganharam o Euro. Mas não diziam quem eram! EU sei quem são, porra! São Nani e Ronaldo, que foram espertos, livraram-se daquele frete e não fizeram figuras tristes!
Scolari ainda conseguiu fazer rir a conferência de imprensa com a história dos dois jogadores que ganharam o Euro. Mas não diziam quem eram! EU sei quem são, porra! São Nani e Ronaldo, que foram espertos, livraram-se daquele frete e não fizeram figuras tristes!
2 Comentários a “Portugal 1 x 2 Grécia”
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Não era o Neno, era o Silvino. O Neno também fazia o mesmo, mas, coitado, foi para o Guimarães e não chateou ninguém. O Silvino, sim, tivemos de o aguentar no Benfica e na Selecção durante muito tempo. Perdemos um Mundial por causa de um gesto desses, mas infinitamente pior do que o do Ricardo. Nesse jogo (frente à Checoslováquia), a bola foi quase à figura.
Enfim, traumas da vida.
Quanto ao jogo, nem o quis ver. O Sclorari brinca muito nestes jogos. Mas os golos fizeram-me ter saudades do Karagounis. Como é possível termos deixado saído o grego daquela maneira?
Não, Mário, é mesmo ao Neno que me refiro. Tinha dois jogos em mente, nos quais me lembro perfeitamente dos golos que o Neno sofreu. O primeiro foi um jogo para a Liga dos Campeões de - a primeira vez em que o Benfica foi à Liga, em que o livre foi marcado praí a uns 30 metros da baliza e foi a flutuar. O Neno até se agachou um bocado (acho eu que para parecer que a bola ia mais longe). Até me lembro da reacção de um colega meu da Faculdade, que disse que se fosse presidente do Bemfica, entrava imediatamente em campo com o contrato para assinar a rescisão. O 2º jogo foi um Porto x Benfica para a Taça de Portugal de 1992/93, em que o Timofte marcou um golo de livre muito devagarinho. Recordo bem porque fui ver o jogo às Antas.
Não quer dizer que o Silvino também não fosse especialista neste gesto técnico, mas não me lembro de nenhum lance assim, nem do golo que referes. Lembro-me do Silvino ter sofrido um golo incrível no Estádio da Luz, em que um jogador centra para a pequena área e ele empurra a bola para dentro da baliza por baixo das pernas, mas não sei se foi contra a Bélgica ou a Checoslováquia.