A capa do Record no sábado revelava que Chalana estava em risco, e esclarecia que o "teste com Marítimo decide o futuro do treinador no Benfica".
Uma capa destas define bem a maneira como tem sido gerido o Benfica. Ou melhor, como não se tem gerido, como se tem aguentado ao balanço das vontades de quem manda no clube e que, pouco a pouco, pode estar a criar um problema insolúvel: a descapitalização da confiança dos benfiquistas
A época começou a ser mal gerida em Junho de 2007, quando Vieira permitiu que Fernando Santos continuasse sem lhe dar a certeza de que o voto de confiança se estenderia por tempo razoável. Depois foram episódios já aqui discutidos: a saída de vários jogadores muito influentes e o despedimento prematuro de Santos. Mas os problemas não se ficaram por aí.
Se eu tivesse de adiantar duas causas para o actual estado de sítio do Benfica, escolheria estes: expectativas irreais e gente nova a mais no plantel.
Atentem à equipa que alinhou ontem nos Barreiros - seis jogadores no onze inicial não faziam parte do plantel em 2006/07. Edcarlos, Luís Filipe, Binya, Rodriguez, Sepsi e Cardozo. Podemos ainda juntar Maxi Pereira, que entrou na 2ª parte. O Porto, por comparação, no jogo com o Leixões tinha um - Farías. E, se quiserem, as duas mais frequentes opções de Camacho para refrescar a equipa, Di Maria e Adu. É muito. Muita gente nova. E, não estando em causa o valor individual dos jogadores, uma equipa tem de crescer junta. Se a isto juntarmos o habitual abaixamento de forma dos sul-americanos nas segundas voltas nas primeiras épocas na Europa (natural, pela falta de rodagem no ritmo do futebol europeu) percebe-se que nunca seria possível ao Benfica disputar o título com este plantel. E isto leva-nos à primeira causa do naufrágio.
Apelidar, como fez Vieira, este plantel do "melhor dos últimos dez anos", só pode ser uma brincadeira, ou como defende muito boa gente, palavras de quem não percebe nada de bola. Levantar a fasquia desta equipa para o título não era credível, mas houve muito quem acreditasse. E a primeira metade da época do Benfica estava de acordo com as expectativas mais moderadas. Lembremo-nos que o Benfica-Porto da Luz poderia ter deixado os encarnados a um ponto dos líderes. E penso que foi a partir deste ponto que começou o descalabro, que desemboca nesta equipa descrente, sem chama e sem pernas para correr.
E é claro que o pior que Vieira poderia fazer seria ceder à facilidade de voltar a despachar 15 e buscar outros 15 em Julho. Há muita gente com valor no Benfica. Mas uma equipa não pode ser feita a correr. Basta ver o bem que fez ao Guimarães a época que passou na Honra.
Uma capa destas define bem a maneira como tem sido gerido o Benfica. Ou melhor, como não se tem gerido, como se tem aguentado ao balanço das vontades de quem manda no clube e que, pouco a pouco, pode estar a criar um problema insolúvel: a descapitalização da confiança dos benfiquistas
A época começou a ser mal gerida em Junho de 2007, quando Vieira permitiu que Fernando Santos continuasse sem lhe dar a certeza de que o voto de confiança se estenderia por tempo razoável. Depois foram episódios já aqui discutidos: a saída de vários jogadores muito influentes e o despedimento prematuro de Santos. Mas os problemas não se ficaram por aí.
Se eu tivesse de adiantar duas causas para o actual estado de sítio do Benfica, escolheria estes: expectativas irreais e gente nova a mais no plantel.
Atentem à equipa que alinhou ontem nos Barreiros - seis jogadores no onze inicial não faziam parte do plantel em 2006/07. Edcarlos, Luís Filipe, Binya, Rodriguez, Sepsi e Cardozo. Podemos ainda juntar Maxi Pereira, que entrou na 2ª parte. O Porto, por comparação, no jogo com o Leixões tinha um - Farías. E, se quiserem, as duas mais frequentes opções de Camacho para refrescar a equipa, Di Maria e Adu. É muito. Muita gente nova. E, não estando em causa o valor individual dos jogadores, uma equipa tem de crescer junta. Se a isto juntarmos o habitual abaixamento de forma dos sul-americanos nas segundas voltas nas primeiras épocas na Europa (natural, pela falta de rodagem no ritmo do futebol europeu) percebe-se que nunca seria possível ao Benfica disputar o título com este plantel. E isto leva-nos à primeira causa do naufrágio.
Apelidar, como fez Vieira, este plantel do "melhor dos últimos dez anos", só pode ser uma brincadeira, ou como defende muito boa gente, palavras de quem não percebe nada de bola. Levantar a fasquia desta equipa para o título não era credível, mas houve muito quem acreditasse. E a primeira metade da época do Benfica estava de acordo com as expectativas mais moderadas. Lembremo-nos que o Benfica-Porto da Luz poderia ter deixado os encarnados a um ponto dos líderes. E penso que foi a partir deste ponto que começou o descalabro, que desemboca nesta equipa descrente, sem chama e sem pernas para correr.
E é claro que o pior que Vieira poderia fazer seria ceder à facilidade de voltar a despachar 15 e buscar outros 15 em Julho. Há muita gente com valor no Benfica. Mas uma equipa não pode ser feita a correr. Basta ver o bem que fez ao Guimarães a época que passou na Honra.
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