O futebol suscita discussões estúpidas, é bem verdade. Uma das últimas foi esta historieta de atirar ou não a bola para fora quando um jogador está estendido no relvado. Tanto se escreveu e falou que parece que o fair-play da chincha se resume a este gesto vazio de sentido. Como colocou muito bem o Miguel Góis (acho que foi ele) há uns tempos, este fair-play parece a mística do FC Porto: chamar nomes aos árbitros e mandar uns cachações a quem marca um golo.
Estiveram no Dragão na passada sexta dois dos actores da polémica. Jorge Jesus levantou a lebre quando disse que isso era uma treta e passou à prática - houve um maduro do Belenenses mesmo no final do encontro que, ao aperceber-se que seria substituído manda-se para o relvado. Jesus, ao ver que o moço não se levantava, mandou-o pôr-se a pé imediatamente. cada vez gosto mais deste treinador.
Se esta "gentileza" fizesse algum sentido, seria em jogos individuais, ou quando estão dois-para-dois. Com onze contra onze não tem significado. E já agora, quando eu era puto, o que fazíamos nós quando um dos jogadores limpava o sangue de um corte acabadinho de fazer ou ia responder a um chamamento da mãe, era ficarmos paradinhos no mesmo sítio até o jogador em falta voltar. Ninguém se podia mexer! Agora digam-me onde está o fair-play quando uma equipa que está no ataque e atira a bola para fora por um adversário estar caído recebe a bola de volta pontapeada directamente ao guarda-redes ou pela linha lateral 50 metros atrás de onde saiu? E com o adversário a subir no terreno?
Então que acabem com esta palhaçada e mostrem mais fair-play onde ele conta. Na condenação de simulações, no reconhecimento dos méritos dos adversários, no fim das constantes e cansativas cenas de jogadores a contestar todas as decisões dos árbitros. Sigam por aí.

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