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Este álbum não deveria existir. Ou, pelo menos pelas regras douradas da música pop, uma banda não pode lançar duas obras de referência em dois anos seguidos. A não ser que as tenham gravado em simultâneo, ou que o segundo álbum seja uma continuação do primeiro. Só se forem génios. Pois é, a banda da década está aqui. São os Liars.
Depois de "Drum's not dead", ouvir um álbum dos Liars em 2006 deveria soar a gasto. Nem de perto. No quarto álbum, os Liars voltou a reinventar o seu som. É verdade, há pontos de contacto com "Drum..." e com "They were wrong, so we drowned", mas são as pistas para que se perceba que existe ali a "marca" Liars. "Liars" é outra coisa, completamente diferente. Durante a maior parte do tempo, seria como se os Mudhoney tentassem interpretar canções esganiçadas dos Sleeping Dogs Wake. Pop + grunge + industrial + dança aos berros = Liars. Perceberam? Se calhar não é de perceber.
Individualmente, as canções não são tão brilhantes como as antecessoras. Destacam-se a abertura, "Plaster casts of everything" (vídeo abaixo), com a marcialidade própria de uma marcha fúnebre; a homenagem/cópia aos Jesus & Mary Chain de "Freak out" e a sublime transposição punk-kraut de "Cycle time". Será que há mais para o ano?
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