E chegou "In rainbows", o sétimo álbum dos Radiohead.
Para perceber "In rainbows", é preciso revisitar a discografia dos Radiohead, e compreender exactamente onde encaixam "Kid A" (2000) e "Amnesiac" (2001), gravados em simultâneo. Se "Pablo honey" (1993), e sobretudo, "The bends" (1995) e "OK Computer" (1997) revelaram a melhor banda pop do planeta, os dois álbuns de transição foram as ferramentas necessárias para a nova ordem pop radioheadiana. "Hail to the thief" (2003) foi a volta da melhor banda pop do mundo. Bom? Mau? Isto depende do ponto de vista. "Kid A - Amnesiac" deixaram vários órfãos, que esperam ainda pelas partes 3, 4 e subsequentes.
Por mim, "Hail to the thief" juntou o melhor dos dois mundos. "Street spirit" e "Karma police", embora fenomenais, poderiam ser de muita gente. "Sit down, stand up", "I will" ou "Myxomatosis" só podiam ser Radiohead.
E agora, "In rainbows"?
A palavra-chave em "In rainbows" é contenção. Nos anteriores registos havia espaço para a exuberância, mas aqui tudo aparace minimalizado, em ponto pequeno. Mas não confundam a modéstia com vulgaridade ou falta de ambição. Todos os ingredientes da poção mágica ainda aqui moram, só as doses são concentradas. Até nas canções já "antigas", como "Nude", que gravei num CD-pirata em 2001 para os meus amigos, nota-se a concisão e o trabalho minucioso de arranjo.
E as canções grandiosas sustentam a magnitude do álbum, especialmente a inicialmente-soturna-para-acabar-épica "All i need", o funk-para-almas-doridas "Reckoner" e a balada "Videotape", que fecha gloriosamente "in rainbows" e que podemos apreciar numa interpretação solo de Thom Yorke.

"No matter what happens now
You shouldn't be afraid
Because I know today has been the most perfect day I've ever seen"

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