Os álbuns a solo são sempre objectos estranhos, muitas vezes destinados a dar vazão a tudo aquilo que o autor queria expressar, mas que os colegas da banda não deixaram.
Um álbum a solo de um guitarrista da banda que re-inventou o art rock deveria soar a quê? Guitarras destruídas? Barulhos metálicos? Gritos? Não se consegue descobrir aqui, porque "Trees outside the academy" soa a canções pop. E boas.
Em "Psychic hearts" (1995), Moore deu a entender que as canções dos Sonic Youth eram o seu território por excelência. Este álbum não o desmente. Em algumas passagens poderia ser o segundo capítulo de "Rather ripped", não fossem as surpresas plantadas por Thurston. Violinos, guitarras acústicas e uma calma que não se encontram nas aventuras conjuntas do quarteto fazem aqui aparições constantes e bem-vindas. Ainda melhor, Thurston desacelera o tempo pop para quase baladas encantadoras. Deve ser esta a ternura dos 50.

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