PSD

Marques Mendes foi, desde o início, um líder fraco e desapoiado. A solidão a que foi votado não poderia proporcionar outro desfecho que não fosse o de ontem, em que foi chutado para canto, sem honra nem glória.
Em abono da verdade, diga-se que Mendes foi muito mal-tratado pelos barões do partido. Teve de andar sozinho em acções de campanha e ainda apanhou com lições de moral de Menezes, Manuela Ferreira Leite, Cavaco Silva, João Jardim e mais outros quantos. Toda a gente disse em praça pública o que não lhe teriam dito em privado. E assim não dá.
Mas também é inteiramente verdade que Marques Mendes não mostrou ideias, projecto ou ambição para fazer mais do que a oposição do bota-abaixo. Sem trocadilhos, não esteve à altura do cargo. Teve aquilo que merecia.
Menezes será outro líder de passagem. Ainda todo lembramos da rábula do "sulista, elitista e liberal". Menezes teve de vir para o Norte para poder concorrer a uma Câmara, dentro da lógica "longe da vista, longe do coração", mas não há quem o leve a sério como candidato a Primeiro-Ministro. O problema para o PSD é que Menezes, sendo muito mais truculento e menos subalternizado que Mendes, não se vai deixar ficar quando o quiserem pisar. E não sei se não é desta que o PSD implode de vez.
E o que é que isto me interessa? Bastante. Como homem de esquerda e Socialista (com S grande; não confundir com os socialistas-PS) não quero que os votos da direita resvalem para o CDS (se é que este partido ainda existe).

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