Parece que estamos em sétimo no ranking de e-government. Óptimo. Perfeito. Nada contra. Os meus parabéns.
O problema é que ouvimos a entrevista do Ministro das Finanças e apenas vemos Sócrates e os seus Ministros a oferecerem portáteis e telemóveis a estudantes, professores, idosos, pastores e agricultores à custa da TMN (numa operação que suspeito ser a retribuição da PT ao apoio governamental na OPA da SONAE).
O Governo só lamenta uma coisa: não poder levar o país para o second life. Teríamos assim um país de virtudes virtuais: e-desemprego, e-défice público, e-justiça, e-saúde, e-educação. A única vantagem, a meu ver, era ficarmos com um Governo de virtuosidade virtual.
Mas, pensando melhor, isso já temos!
Este estado de coisas recusa-se a ter um lado positivo. Não existe "sunny side of the street" neste país triste feito por personagens tristes.
O problema é que ouvimos a entrevista do Ministro das Finanças e apenas vemos Sócrates e os seus Ministros a oferecerem portáteis e telemóveis a estudantes, professores, idosos, pastores e agricultores à custa da TMN (numa operação que suspeito ser a retribuição da PT ao apoio governamental na OPA da SONAE).
O Governo só lamenta uma coisa: não poder levar o país para o second life. Teríamos assim um país de virtudes virtuais: e-desemprego, e-défice público, e-justiça, e-saúde, e-educação. A única vantagem, a meu ver, era ficarmos com um Governo de virtuosidade virtual.
Mas, pensando melhor, isso já temos!
Este estado de coisas recusa-se a ter um lado positivo. Não existe "sunny side of the street" neste país triste feito por personagens tristes.
2 Comentários a “Socialismo virtual”
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Leandro, não devemos cair na tentação de criticar tudo, só por criticar.
Primeiro, como foi amplamente divulgado, a participação das operadoras de telemóvel (TMN, Vodafone e Optimus) no programa Novas Oportunidades é uma retribuição pela atribuição de licenças para a exploração dos telemóveis de 4ª (ou será 3ª?) geração. As operadoras arcam com algumas responsabilidades (como financiar os portáteis no imediato), e ganham a médio prazo com este negócio. Se a TMN já avançou com as ofertas de negócio, é porque foi mais ágil que as outras.
Segundo, este acordo e por arrasto, todo o programa Novas Oportunidades é a melhor medida deste Governo, a par da política para as energias renováveis. Aliás, se tivemos uma subida meteórica no ranking de governação electrónica, é porque algum mérito existe.
Critiquemos o que não está bem, mas não o que se tem feito com cabeça.
Alex,
Onde é que eu critico o Plano Tecnológico ou as "novas oportunidades"? Ofereço recompensa a quem o descobrir no texto. Pelo contrário, até aplaudo de forma ostensiva programas que são fruto de sementes lançadas por Governos anteriores. Daí a uma crítica vai um enorme fosso. Eu nunca critico nada por criticar. Quando o faço é porque tenho razões e argumentos para o fazer. O que me irrita é o afastamento progressivo do país real. O "Zé Portuga", aquele que trabalha com afinco para pôr comida na mesa e pagar as contas, pergunta-se do que valem estes planos se a sua vida está cada vez mais a andar para trás. Estes planos são de louvar mas não chegam. O nosso sucesso nesta área não esconde o insucesso nas outras que referi (onde o país é uma bandalheira). Ao que parece este foi o único sucesso deste Governo e parece que ele quer continuar a sobreviver à custa dele por tempo indeterminado. Se eu quisesse viver de virtualidades e mentiras ia visitar o Chávez ou o Castro.
Quanto à justificação da TMN ser a primeira a oferecer portáteis, acredita no que quiseres. O que eu sei é que neste mundo não existem almoços grátis e uma mão esfrega a outra. O capitalismo é isso mesmo. O problema é que as intervenções controladoras do Estado no mercado (leia-se Golden Shares) de nada têm de transparente e são uma forma de intromissão nas regras de funcionamento deste. E isso tem um preço. Acredita. E quem se teve de chegar à frente primeiro foi a PT.