Não foi grande surpresa a renúncia de Fidel. Assim como também ninguém se surpreende com o tratamento noticioso dado à notícia por cá
Eu assumo a revolução cubana como uma questão pessoal conflituosa. Não consigo separar bem as partes positivas das negativas para criar um todo global coerente, e fui bombardeado com propaganda dos dois lados da questão. Aceito que a minha análise não seja, por isso, a mais equilibrada e equidistante, nem tenho uma visão desapaixonada sobre a vida e obra de Fidel Castro.
Por isso, socorro-me do que escreveu Daniel Oliveira no Arrastão: "A revolução cubana morreu jovem, há muitas décadas, quando optou por impor uma ditadura aos cubanos. O funeral será brevemente. Poderá vir uma solução à chinesa (capitalismo sem liberdade) ou apenas a tomada do poder pelas quadrilhas de Miami. Como estava, não fica. E não haverá, porque Fidel não deixou que assim fosse quando ainda era possível, uma democratização de Cuba com defesa de direitos sociais e da independência. Para isso é tarde demais." É uma leitura que me parece correcta, e que partilho.
Mas, mesmo assim, não me deixa de fazer alguma impressão a forma como Cuba é retratada. Para perceber o mínimo sobre os sentimentos dos cubanos, é preciso saber e não esquecer que:
1. Fidel não derrubou um regime democrático, mas uma ditadura que fazia de Cuba um casino e um bordel para turistas. Em 59, com toda a certeza, não eram os cubanos que mandavam em Cuba.
2. Durante a década de 70, Cuba tinha os melhores indicadores de nível de vida em toda a América Latina, rivalizando com os países desenvolvidos, por exemplo, em literacia ou acesso a cuidados médicos.
3. E actualmente, e é isto que me parece mais importante, existe uma mensagem que afirma que, sem Fidel, Cuba estaria muito melhor. Eu não vejo qualquer evidência disto, e tomando como exemplo os vizinhos centro-americanos, até se calhar podemos concluir exactamente o contrário. O bom-senso manda pôr, pelo menos, muitas reticências a este dircurso constantemente papagueado pela comunicação social e opinion makers.
E fico-me por aqui.
Eu assumo a revolução cubana como uma questão pessoal conflituosa. Não consigo separar bem as partes positivas das negativas para criar um todo global coerente, e fui bombardeado com propaganda dos dois lados da questão. Aceito que a minha análise não seja, por isso, a mais equilibrada e equidistante, nem tenho uma visão desapaixonada sobre a vida e obra de Fidel Castro.
Por isso, socorro-me do que escreveu Daniel Oliveira no Arrastão: "A revolução cubana morreu jovem, há muitas décadas, quando optou por impor uma ditadura aos cubanos. O funeral será brevemente. Poderá vir uma solução à chinesa (capitalismo sem liberdade) ou apenas a tomada do poder pelas quadrilhas de Miami. Como estava, não fica. E não haverá, porque Fidel não deixou que assim fosse quando ainda era possível, uma democratização de Cuba com defesa de direitos sociais e da independência. Para isso é tarde demais." É uma leitura que me parece correcta, e que partilho.
Mas, mesmo assim, não me deixa de fazer alguma impressão a forma como Cuba é retratada. Para perceber o mínimo sobre os sentimentos dos cubanos, é preciso saber e não esquecer que:
1. Fidel não derrubou um regime democrático, mas uma ditadura que fazia de Cuba um casino e um bordel para turistas. Em 59, com toda a certeza, não eram os cubanos que mandavam em Cuba.
2. Durante a década de 70, Cuba tinha os melhores indicadores de nível de vida em toda a América Latina, rivalizando com os países desenvolvidos, por exemplo, em literacia ou acesso a cuidados médicos.
3. E actualmente, e é isto que me parece mais importante, existe uma mensagem que afirma que, sem Fidel, Cuba estaria muito melhor. Eu não vejo qualquer evidência disto, e tomando como exemplo os vizinhos centro-americanos, até se calhar podemos concluir exactamente o contrário. O bom-senso manda pôr, pelo menos, muitas reticências a este dircurso constantemente papagueado pela comunicação social e opinion makers.
E fico-me por aqui.
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