A carta de Alegre revela duas coisas: o descontentamento ideológico; e o grito contra a máquina partidária do PS (sobretudo naquilo que ela tem de cerceadora da liberdade de opinião). As coisas aparecem misturadas, e isso não é por acaso. Ambas servem a Alegre para atingir um eleitorado de esquerda que está descontente com o partido e que vê na deriva autoritária uma manifestação da deslocação à direita do Governo. Isto tem muito que ver com uma ideia, que me parece completamente errada, de que existe uma certa superioridade da esquerda e que o autoritarismo é sobretudo um apanágio da direita. Para os acreditam nisto, um partido de esquerda nunca poderá ser autoritário.
Para mim, nada disto faz sentido, mas agrada-me que surjam movimentações, que se mexam as águas. Eu dificilmente votarei em Alegre, mas acho importante que os políticos não se calem, que manifestem o seu descontentamento e que, se se sentirem mal, criem até novos partidos políticos. Isto deve ser normal e já aconteceu em outros países, como França e Itália. Enriquece a democracia, aumenta as alternativas, oferecendo ao eleitorado um maior leque de escolhas e permitindo uma maior identificação entre os portugueses e a política. Em acréscimo, acredito eu, obriga os velhos partidos a rejuvenescerem-se.
Por fim, e isto não irrelevante, torna a política muito mais interessante.
Para mim, nada disto faz sentido, mas agrada-me que surjam movimentações, que se mexam as águas. Eu dificilmente votarei em Alegre, mas acho importante que os políticos não se calem, que manifestem o seu descontentamento e que, se se sentirem mal, criem até novos partidos políticos. Isto deve ser normal e já aconteceu em outros países, como França e Itália. Enriquece a democracia, aumenta as alternativas, oferecendo ao eleitorado um maior leque de escolhas e permitindo uma maior identificação entre os portugueses e a política. Em acréscimo, acredito eu, obriga os velhos partidos a rejuvenescerem-se.
Por fim, e isto não irrelevante, torna a política muito mais interessante.
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