Eu, de facto, não acredito que seja possível mudar por dentro os actuais partidos do poder. Estão demasiado sugados de clientelas, de interesses paralelos, de favores. O país tinha muito em ganhar em haver movimentações, cismas partidários, seja o que for. Felizmente, parece que isto está muito próximo de acontecer na área socialista. Embora desconfie das capacidades de Alegre e Roseta, gostava muito avançassem para um novo partido. Sobretudo, para desanuviar este ambiente pesado, para fazer tremer a velha máquina socialista e até, quem sabe, obrigá-la a retirar alguma gordura.
6 Comentários a “A carta de Alegre – I”
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Alegre e Roseta n�o v�o fazer partido nenhum. O tempo deles j� l� vai e Alegre est� muito mais interessado em criar fact�ides, como esta "carta" do P�blico.
E o partido de esquerda moderna que eles poderiam querer desenhar j� existe. At� tem 8 deputados na Assembleia da Rep�blica.
Mário,
O futuro da nossa democracia passa pelos partidos políticos. É difícil, mas não impossível, renovar um partido político. E, ao contrário do que dizes, é mau o PS estar a sentir este "cisma" precisamente agora. O processo de que falas apenas é útil com a falta de poder. Qualquer "gordura" que se retire agora apenas vai ser substituída por outra mais tenaciosa e perniciosa. Além disso, é preocupante que o fenómeno que louvas esteja a ocorrer tão prematuramente num ciclo de poder que, com toda a normalidade, deveria demorar 8 anos. Isso significa que teremos de aturar durante mais tempo aquilo que afectou os últimos 2 anos de Governo de Cavaco Silva. Com a diferença de Sócrates não ser metade do animal político que é Cavaco (como se pode por aqui constatar).
Por outro lado, preocupa-me esta deriva ostracizante dos partidos políticos. O regime político precisa de partidos sólidos e funcionais e não de sub-produtos em forma de personalidades mais ou menos polémicas. A democracia passa pelo envolvimento cívico em partidos políticos e não pelo endeusamento de personalidades com mensagens dúbias.
E a esquerda "moderna" não passa por "partidos com 8 deputados eleitos", como diz o Alex. Os portugueses não estão preparados para modernices sociais e conservadorismos económicos. Desengane-se quem pense que esta crise de identidade socialista dará azo a mais do que ao "ruído" incómodo da ala esquerda do PS
Alexandre, sobre os bloquistas já disse tudo que havia a dizer. Eles não têm interesse nenhum em chegar ao poder e por isso dificilmente poderão alterar o que quer que seja no panorama político português.
Leandro, nunca duvidei de que o futuro da democracia passasse pelos partidos políticos, o que não quer dizer que tenha de ser por estes. Em relação a Cavaco, é preciso lembrar que ele chegou ao poder quando a democracia tinha ainda dez anos. Sócrates, quando tinha trinta. Isto tem a sua relevância, não?
Mário,
Claro que tem relevância. Principalmente se achares que ela tem amadurecido e tem ganho qualidades. Maior experiência, normalmente equivale a melhor desempenho. O que não parece ser o caso.
Um abraço.
claro que tem amadurecido, mas os partidos têm muito mais vícios, têm estruturas mais pesadas, o caciquismo aumentou, os favores e as dependências idem, etc., etc.
2 frases e BE convosco está arrumado! mas que simplex tipico desta pobres paises sulistas. nos paises nórdicos quem ganha as eleições nunca tem + de 25% dos votos e são representados por + partidos que aqui.
isso de dizer que n querem governar é sempre o mesmo bom pretexto para vós e ficam-se por aí..
só pra contrariar + 1 cachito aqui ficam blogues de pessoas ligadas ao BE a que aconselho a leitura:
zero de conduta
ladrões de biicletas
sem muros (miguel portas)