A OPA lançada sobre o Benfica relança a discussão sobre a viabilidade financeira das SAD. Não que a OPA traga algo de novo, já que é falsa, servindo apenas como operação cosmética, supostamente para suportar um próximo aumento de capital. Mas vale a pena reflectir sobre o futuro das SAD portuguesas.

Um olhar de fora mostra que as SAD são empresas tecnicamente falidas. Em termos contabilísticos, as SAD do Porto, Sporting e benfica não estão em falência porque a estimativa do valor dos activos supera os passivos registados. Na prática, estas estimativas são apenas isso mesmo: estimativas. Porque os capitais estimados dos passes dos jogadores, que são o grosso deste montante, simplesmente não são realizáveis. Podem as SAD colocar-lhes o preço que quiser, que ninguém lhes pega.

E só a título de exemplo, e para constatrmos cruamente o descalabro a que isto chegou, reparem na lista de jogadores que actualmente recebem o seu ordenado da FC Porto, SAD:

Helton; Paulo Ribeiro; Bosingwa; Fucile; Ricardo Costa; Pepe; Pedro Emanuel; Bruno Alves; João Paulo; Marek Cech; Lucas Mareque; Ibson; Raúl Meireles; Paulo Assunção; Castro; Quaresma; Alan; Lucho González; Jorginho; Lisandro Lopez; Vieirinha; Renteria; Hélder Postiga; Adriano; Bruno Moraes; Ezequias; Hélder Barbosa; Bruno Vale; Ivanildo; Maciel; Areias; Paulo Machado; Sonkaya; Bruno Gama; Diogo Valente; Tarik Sektioui; Leandro Bomfim; Leandro, Cláudio Pitbull; Léo Lima; Lino; Kazmierczak; Fernando; Edgar; Rabiola; Ming Chi Zhang; Nuno Espírito Santo.

É isto mesmo. Contaram bem, são 47 jogadores, e penso que a lista peca por defeito. Expliquem-me como será possível manter um clube profissional nestas condições e quem quererá investir numa empresa assim.