É suposto existir na política nacional a figura do estado de graça. Quer-se com isso referir a uma certa bonomia ou benefício da dúvida com que os governos recém-eleitos são recebidos pelo eleitorado.

Enquanto outros praticamente não gozaram deste beneplácito, o actual Governo de Sócrates soube-o prolongar para além duma expectativa natural.

Acontece que as recentes asneiradas nos sectores da educação (exames, decisões do Tribunal Constitucional e perseguições na DREN), saúde (fecho de urgências, mortes de pacientes in itinere e relatórios divulgados à Assembleia da República pela TVI) e obras públicas (Ota e o deserto) desferiram-lhe o golpe de misericórdia.

Qual o meu indicador, perguntam? A minha percepção pessoal. Ninguém me reconhecerá especial simpatia pelo PS. Mas sempre procurei fazer uma apreciação racional das medidas tomadas. Muitas das vezes concordei total ou parcialmente com o conteúdo e apenas discordei na forma. Ultimamente começam a faltar-me argumentos para equilibrar a balança.

As asneiradas são tantas que só um militante fundamentalista poderá considerar este Governo socialista isento de mácula.

Temo que, a partir daqui, o seu percurso seja sempre a descer…

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