Ao que parece, um Ministro da Republica decidiu emitir um despacho a tornar obrigatória a afixação pública da taxa de adesão, em cada serviço, à próxima greve de 30 de Maio.
A reacção dos sindicatos, mais do que expressar um legitimo receio de condicionamento de um direito constitucional, mostrou-nos que o sindicalismo português e alguns partidos políticos (leia-se PCP) ainda não fizeram devidamente a transição da clandestinidade para a liberdade democrática. Continuam a pensar o sindicalismo como uma função de penumbra porque sociopoliticamente estigmatizada. É uma pena que temam a transparência (de números, neste caso) e que elejam a obscuridade como fonte da sua legitimidade pública.
Sinceramente tenho pena que assim seja. É que o pessoal está farto de andar sempre com a mão no ar.
Cansa, porra.

1 Comentários a “Democracia e clandestinidade.”

  1. # Blogger Alex

    Eu, embora não estigmatizado, também tenho dúvidas sobre os objectivos desta medida.
    Um exemplo: na última greve de professores, os números do sindicato e do Governo eram muito díspares. Um dos motivos para isso era a forma como era feita a recolha de dados. Telefonaram-nos da DREN às 9:00h e perguntaram quantos professores estavam a faltar às aulas naquela hora e quantos lá estavam. Quer dizer, se um professor não tivesse aulas naquela hora, mesmo que já tivesse comunicado a intenção de faltar, ou estivesse em Lisboa na manifestação, não contava como grevista. Isto é inocente?  

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