Vai ser posto à disposição do público um método auxiliar que permitirá aos médicos diagnosticar uma série de doenças no feto a partir das oito semanas, para além de permitir discernir o sexo deste. Mais um avanço da ciência que deverá ter consequências éticas.
Se é possível determinar o sexo do feto, por 100 euros, a partir das oito semanas de gestação e se é igualmente possível que a mulher faça uma interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas, a seu pedido e sem aconselhamento obrigatório, então não estará aberta uma "janela" de duas semanas para que se façam abortos exclusivamente determinados pelo sexo (indesejado) do bebé?
Há que acautelar estas situações, sendo indiscutível a possível objecção de consciência dos médicos nestas circunstâncias. Diria mais: o Conselho Nacional de Ética Para As Ciências da Vida deverá tomar uma posição institucional sobre o assunto.

4 Comentários a “Ciência e ética.”

  1. # Blogger Alex

    Foi exactamente o que pensei quando ouvi a notícia. Mas temos de deixar de tratar o aborto como uma questão que apareceu com o referendo, isto é, se este teste já existisse, as pessoas que quisessem abortar pelo sexo (indesejado) do feto fa-lo-iam da mesma forma, só que recorrendo ao aborto ilegal.  

  2. # Blogger Leandro Covas

    Este comentário foi removido pelo autor.  

  3. # Blogger Leandro Covas

    Sim, mas agora, em vez de uma censura ético-jurídica, temos o patrocínio da comunidade - o que me parece distorcido. A consequência do referendo é, na minha opinião, apenas uma: a nossa responsabilidade é agora partilhada.  

  4. # Blogger Alex

    Eu só concordo em parte; então antes do referendo a sociedade não tinha qualquer responsabilidade no aborto ilegal?
    Eu já escrevi aqui que o aconselhamento parece-me essencial no "serviço" da IVG. Mas não me julgo no direito de avaliar os argumentos das mulheres que querem abortar. Acho que é um terreno muito subjectivo para estarmos a ditar sentenças.  

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