Não, não é tão bom como "Funeral".
Resolvida a questão essencial no primeiro parágrafo, tenho se ser justo. Penso que não seria possível fazer um álbum tão bom quanto "Funeral". Nenhuma banda faz dois primeiros álbuns tão majestosamente impressionantes. Como já foi dito, uma banda prepara-se uma vida inteira para gravar o 1º álbum e seis meses para fazer o 2º.
"Neon Bible" é menos grandiloquente e expansivo. Enquanto os arranjos de "funeral" apontavam em quase todos os temas para um início calmo e um crescendo de vozes e instrumentos, ouvimos no tema título, "Ocean of noise" e "Antichrist television blues", uma intervenção mais calculada. Mais madura? Não sei. A mim parece menos apaixonada. E foi muito bem apanhada a deixa do amazon.com - Win Butler trocou o registo vocal de Bowie pelo de Springsteen.

Os momentos altos também estão lá. "Intervention" (vídeo acima) é uma continuação de "Power out"; "No cars go" é uma canção de festa - como ficou provado em Paredes de Coura 2005, onde a ouvi pela primeira vez; e o álbum fecha com a enigmática (sombria?!) "My body is a cage", curiosamente a faixa mais anti-"Funeral" de todo o álbim.
"Neon Bible" é provavelmente o álbum que os Arcade Fire precisavam de fazer nesta altura para tomar fôlego. Esperemos que o seu sucessor recupere o brilho única de uma banda que ainda tem muito para dar.

3 Comentários a “Arcade Fire - "Neon Bible"”

  1. # Blogger Mário Azevedo

    Bowie?! Springsteen?! Alex, tem juízo; a voz Win Butler é chapada da de Ian McCulloch.
    Quanto ao resto concordo plenamente.  

  2. # Blogger Mário Azevedo

    Ouvindo melhor o álbum já consigo perceber melhor este registo vocal de Springsteen. Não em todo o álbum, mas em algumas músicas.  

  3. # Blogger Alex

    Pois, é nas músicas mais para o fim - a "Antichrist television blues" e a "Windowsill" - que se nota o toque springsteeniano.  

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