Vejam se percebem a lógica disto. Eduardo Cintra Torres, na sua habitual crónica no Público sobre televisão, escreve sobre as mudanças que ocorreram na RTP em consequência das recomendações do relatório do Grupo de Trabalho sobre a Televisão nomeado pelo Governo. Este grupo de trabalho propusera, em 2002, entre outras coisas a criação da Provedoria de Televisão, a diminuição da duração dos noticiários e a criação de programas de informação ou magazines de 15 minutos (aqui subentenda-se, penso, em horário nobre). Cintra Torres começa por criticar o facto de a concretização destas recomendações terem demorado quatro anos, e com isto estou inteiramente de acordo. Mas depois tem esta tirada hilariante: «As coisas são assim porque a RTP é do Estado.»
Às vezes penso que as pessoas não pensam verdadeiramente no que escrevem. Quando se trata de criticar o Estado perdem a noção do que é essencial e do que é secundário. «As coisas são assim porque a RTP é do Estado», sim, é verdade, porque se não fosse do Estado, estas coisas – leia-se a provedoria, a diminuição dos noticiários e a criação de programas de informação ou magazines de 15 minutos – nunca seriam alguma vez propostas ou sequer debatidas, muito menos postas em prática.
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Por Mário Azevedo
às 13:22.
Às vezes penso que as pessoas não pensam verdadeiramente no que escrevem. Quando se trata de criticar o Estado perdem a noção do que é essencial e do que é secundário. «As coisas são assim porque a RTP é do Estado», sim, é verdade, porque se não fosse do Estado, estas coisas – leia-se a provedoria, a diminuição dos noticiários e a criação de programas de informação ou magazines de 15 minutos – nunca seriam alguma vez propostas ou sequer debatidas, muito menos postas em prática.
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