Por força dos parentes e amigos que tenho no Brasil, acompanhei até certa altura com interesse as transformações políticas que o país sofreu; e alegrei-me com a vitória de Lula há 4 anos. Depois deixei de acompanhar o percurso de Lula e desinteressei-me definitivamente da política interna do Brasil depois dos escândalos. Agora já não seria capaz de escolher um candidato, se quisesse.
Mas acredito firmemente que uma liderança forte no Brasil é benéfica para todo o mundo. Fazem falta os países "desalinhados" a sério, sem as declarações folclóricas de Hugo Chavez ou a constante ameaça anti-democrática da China, Irão ou Coreia. Fazem falta os países do 3º Mundo que consigam equilibrar as forças mundiais pela via da democracia, do diálogo e da união. Penso mesmo que serão países como o Brasil, a África do Sul e a Índia as melhores esperanças para o esbatimento das diferenças mundiais e para um crescimento sustentado da democracia.
E dentro deste núcleo, o Brasil tem dado alguns passos na direcção certa. O envolvimento no Fórum Social Mundial, o avanço na criação de uma alternativa ao G-8, envolvendo outras forças emergentes, o engajamento na organização do Comércio Justo, o avanço já alcançado na produção de energias renováveis - lembrando que os carros movidos a álcool e a produção de biomassa já são realidades brasileiras há mais de 20 anos -, e as posições de força contra os avanços imperialistas dos Estados Unidos no Iraque são sinais encorajadores que deveriam ser mais acarinhados por nós.
É por isso - e só por isso - que desejo que Lula vença na 2ª volta. O Mundo não deve desperdiçar oportunidades destas.