Parece que a ausência nos debates prejudicou Lula na primeira volta (aliás Lula deve ter percebido isso já que se apressou a garantir que participará nos debates da segunda volta). Se este dado for verdadeiro, presto homenagem aos brasileiros, porque isso revela inteligência democrática. Um político sério não pode nunca fugir à discussão, à confrontação de ideias. Eu não me esqueço que Cavaco Silva nas duas campanhas eleitorais que lhe vieram a dar as maiorias absolutas se recusou a participar nos debates. E, saliente-se, nessas eleições teve como adversários Vítor Constâncio e Jorge Sampaio.
3 comentários
Por Mário Azevedo
às 10:17.
3 Comentários a “A importância da confrontação”
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Caro Mário,
Espero que não estejas a sugerir que Cavaco Silva seja pouco sério (ou será desonesto?) por ter recusado os referidos debates. É a leitura que eu faço. Com o devido respeito, se realmente não tens anticorpos contra o homem, espero que me contradigas.
Quanto aos debates, devias saber que na política não existem dogmas. Será a estratégia eleitoral, e a respectiva posição ocupada pelos candidatos nas intenções de voto, que determinará o interesse ou não em debates. Considero legítimo que um candidato recuse debates quando só tem a perder em os realizar. E não aceito alegações de que a sua falta deixa os eleitores menos esclarecidos. Existem outras formas e meios mais esclarecedores. Além disso, diz-nos a experiência que dabates televisivos têm mais a ver com o confronto de personalidades e desempenhos mediáticos do que debates de ideias.
Além disso, e para ilustrar o meu ponto de vista, convém não esquecer que Cavaco Silva exigiu mais debates, e não os teve, quando se confrontou com Sampaio para as presidênciais. Pergunto: significará isto que Sampaio é, ou foi, pouco sério? Respondo: claro que não, foi simplesmente inteligente!
Um abraço,
Leandro Covas.
Então Leandro,
Discordo em absoluto. A política não é futebol, as tácticas têm de estar condicionadas aos interesses dos cidadãos. Além disso, um político que foge ao confronto revela na minha opinião cobardia.
A palavra "sério" não foi de facto bem utilizada. Não pretendia negar a seriedade de Cavaco, nem de Lula.
Não me lembro bem dessa situação entre Cavaco e Sampaio, mas é evidente que uma coisa é negar por completo os debates (que eu considero grave e que mais ninguém fez desde Cavaco) outra coisa é negar fazer "mais" debates (como pelos vistos fez sampaio na altura e cavaco nas últimas eleições).
Um abraço