Ainda há quem não esteja a perceber nada acerca da possibilidade dos alunos do 12º ano repetirem os Exames de Física e Química na 2ª fase. Ainda há bocado ouvi António Vitorino e Judite de Sousa nos "Notas Soltas" e as asneiras foram tantas que decidi colocar este post, para quem quiser entender.
Os primeiros alunos que apanharam com a Reforma do Ensino Secundário iniciada pelo governo de Durão Barroso concluíram agora o 12º ano. Houve então a necessidade de criar novos exames, já que os alunos da antiga Reforma continuam a poder realizar os Exames dos programas que frequentaram (e que alguns ainda estão a frequentar). Assim, existem dois exames de Matemática, História, Português, Química, Física, etc.
O que se passou é que nos exames de Química e Física, a média de classificações dos alunos foi bastante inferior em relação tanto à média dos exames do ano passado como em relação aos exames da antiga Reforma que se realizaram agora. Assim, e assumindo que os exames estavam mal feitos, o Ministério permite que os alunos repitam o exame e utilizem a melhor classificação para ingresso.
Por isso, a argumentação que exige que todos os alunos possam repetir os exames não faz sentido: esta discrepância só se verificou nestas disciplinas. Por outro lado, esta medida não vai resolver nada. Os exames já estão feitos há meses - e os exames da 2ª fase estarão tão mal feitos como os da 1ª.
Mas, para uma pequena elite, a oportunidade será compensadora: os alunos que podem pagar explicadores a peso de ouro estão, nesta altura, e tendo o exame da 1ª fase como modelo, a preparar-se arduamente para ultrapassar inapelavelmente os colegas que não têm esta oportunidade, e nem podem consultar os seus professores, já que as aulas acabaram.
Como em tudo, quem pode mais chora menos.
8 comentários
Por Alex
às 22:11.
Os primeiros alunos que apanharam com a Reforma do Ensino Secundário iniciada pelo governo de Durão Barroso concluíram agora o 12º ano. Houve então a necessidade de criar novos exames, já que os alunos da antiga Reforma continuam a poder realizar os Exames dos programas que frequentaram (e que alguns ainda estão a frequentar). Assim, existem dois exames de Matemática, História, Português, Química, Física, etc.
O que se passou é que nos exames de Química e Física, a média de classificações dos alunos foi bastante inferior em relação tanto à média dos exames do ano passado como em relação aos exames da antiga Reforma que se realizaram agora. Assim, e assumindo que os exames estavam mal feitos, o Ministério permite que os alunos repitam o exame e utilizem a melhor classificação para ingresso.
Por isso, a argumentação que exige que todos os alunos possam repetir os exames não faz sentido: esta discrepância só se verificou nestas disciplinas. Por outro lado, esta medida não vai resolver nada. Os exames já estão feitos há meses - e os exames da 2ª fase estarão tão mal feitos como os da 1ª.
Mas, para uma pequena elite, a oportunidade será compensadora: os alunos que podem pagar explicadores a peso de ouro estão, nesta altura, e tendo o exame da 1ª fase como modelo, a preparar-se arduamente para ultrapassar inapelavelmente os colegas que não têm esta oportunidade, e nem podem consultar os seus professores, já que as aulas acabaram.
Como em tudo, quem pode mais chora menos.
8 Comentários a “Sobre os Exames Nacionais”
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Oi Alex,
Dentro do que entendo por educação e ensino, realmente essa "solução" não vai resolver nada. Concordo com a tua posição e com a tua previsão sobre os 2º exames. Como os professores costumavam e ainda costumam dizer: "quem não aprendeu até agora, não vai ser agora( no pouco tempo que dispôe) que vai entender e aprender...etc". E os filhihos de papais quem têm dinheiro para pagar explicadores saem ganhando.
É duro assistir a isso que dizes no post, estão elitizando sem dar conta, estão indo por um caminho mais fácil - para quem "organiza" - na intenção de resolver rapidamente um problema, mas que não traz benefício algum.
E vou pensar até mais adiante, ok, Alex? Que esse tipo de solução vicia pela "praticidade", mas vai acabar levando a uma queda na qualidade da educação, ou seja, penso (desculpe-me o negativismo) que os alunos que tiverem aulas extras - especificadamente neste caso dos 2º exames - podem alcançar as notas, mas não aprenderão verdadeiramente e daí para a frente é uma bola de neve. Coitados dos professores que pegarem esses alunos...o trabalho vai ser dobrado. Esse tipo de futuro a que me refiro, tão trágico, ainda me parece distante, mas as coisas mal feitas começam sempre devagarinho.
um abraço
Confesso que só agora percebi completamente o que é que se está a passar. Enfim, o mal está feito, mas injustiça por injustiça, julgo que opção de repetir o exame ainda é a mais correcta.
tv pra escreverjá isto anteontem há noite , mas esperei pra ver...
existem cursos na universidade onde nos requisitos permite-se que aos alunos escolham entre apresentar a nota do exames de Biologia ou de Química. Os que apostaram em Biologia têm 1a hipotése, os outros têm duas.
é a justiça portuguesa... (!!)
e os da programa antgo e Química e Física tb devem repetir.
o + importante, a avaliação, é a gd balda...
tava pra escrever já isto anteontem à noite , mas esperei pra ver...
Desculpe-me entrar na conversa, mas,
Fernando, que cursos seriam esses? Mas o que anda acontecendo com a educação? Biologia e Química são cadeiras distintas mesmo que o curso não esteja directamente ou principalmente relacionado à uma ou à outra. O mercado de trabalho anda cada vez mais exigente. Eu, apesar de bons momentos profissionais, me arrependo muito de ter me licenciado em Arquitectura e não ter ido para outra área, Humanas, por exemplo, mas é outra estória.
Essa loucura vai se refletir no futuro profissional dessa garotada. Sei que por não viver aí, o tema naturalmente não me diria respeito, mas como voltar a viver no Brasil depois de 10 anos fora, foi um choque...
Fui emigrante e mesmo que não tivesse sido, educação (escola) é a base da vida. O assunto educação sempre vai me "incomodar" onde quer que seja. Por isso, me desculpem qq coisa.
E não posso dar o Brasil como exemplo porque em educação só temos o muito bom/excelente, que é caro e o ruim.
abraços,
Cris
Eu só queria chamar a atenção para uma frase do Vilarinho - "o mais importante, a avaliãção...".
Acho que está aí o grande problema que se encravou no Ensino Secundário de há uns anos para cá - subordinar tudo o que se faz na escola à avaliação. Numa escola faz-se muito mais do que sujeitar os alunos a fichas, testes e exames. Mas parece que só interessa aquilo que se pode medir e comparar. E quando se chega a este ponto, tudo se pode pôr em causa se os resultados mensuráveis não são aqueles de que se está à espera. E é o que está a scontecer.
se pelo menos se a avaliação ( e contínua) fosse bem aferida e razoavelm/ justa já seria muito bom. o pior é que em muitos casos nem isso acontece.
qt a cursos em que os alunos podem escolher entre apresentar a nota do exames de Biologia ou de Química, existem dezenas. bastou ir ao google e por
"pré-requisitos exame química ou biologia", só esta (privada) tem cinco http://www.ufp.pt/page.php?intPageObjId=10265 e de cabeça "Engenharia Biológica" "Engenharia Biotecnológica", Bioquimica na UTAD e Coimbra (BTW na ano em que entrei pra faculty Bioquimica no Porto teve miníma de 19,3. Agora basta 13 para entrar na UTAD. a centenas de 19, 18 e 17 foi-lhes negada a entrada. passado uns anos o estado fica contente com 13 e 14. não se sabe aproveitar na altura o bom que há)
btw vejam isto. tal como o excelente sapo noticias, isto é do melhor que se fez na net em Portugal
http://pesquisa.sapo.pt/searchTop?barra=blogs&chan=&filter=&channel=noticias&sortby=&t=0&txtTexto=&q=