O processo eleitoral do PSD acabou num anti-climax. Vencedores e vencidos saíram tão rapidamente de cena que pareceram envergonhados do que tinham feito. Comparada com a azáfama do período pós-Meneses, quase parecia o apagar de luzes do partido.
Manuela Ferreira Leite acabou por ficar com um problema enorme nas mãos. Pior do que perder eleições, só mesmo a ganhar assim. Sem maioria e sem convicção. Os 37,6% dão pouquíssima margem de manobra, e demonstram claramente que, não havendo duas sem três, a contestação não se vai ficar com as lideranças de Marques Mendes e Luís Filipe Meneses. Certamente não era este o resultado que ela projectava, e arrisco a dizer que, se soubesse que o teria, não se candidatava.
Surpreendente, e para mim mesmo chocante, foram os 31% de Passos Coelho. É uma indicação muito clara que um terço dos militantes não quer mais santanismo, mas muito menos mais cavaquismo. Não é muito claro o que querem, porque Passos Coelho não assumiu (nem devia assumir, já que isto é uma eleição partidária) grandes diferenças ideológicas.
E, por fim, Santana chegou quase aos 30% e, pelo menos na minha leitura, acabou por dar a vitória a Ferreira Leite. Se Santana se tivesse deixado ficar, Passo Coelho, para espanto meu e do país, seria o novo líder do PSD. O que dá muito que pensar. Quase tanto como saber que para 30% do partido, ainda não tinham chegado os meses de governo de Santana Lopes para concluir que ele não tem jeito para a coisa.

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