Hoje, a partir das 21.30h, na Avenida Central, vai ter lugar uma manifestação dos professores de Braga. Com velas, silenciosa e com os manifestantes a trajarem preto. Eu não vou lá estar. Vou jogar xadrez.
Com todas as implicações que isto possa vir a ter, entendo que Maria de Lurdes Rodrigues já não tem condições políticas para permanecer como Minsitra da Educação. Não porque tenha sido pior que muitos outros que já ocuparam o lugar, mas porque não conseguiu convencer ninguém de que estava a trabalhar bem. Todas estas manifestações são a prova final de que foi capaz de unir uma grande parte dos professores contra a política ministerial, como nenhum outro ministro antes de si.
É bem verdade que esta união não é, de forma nenhuma, inocente. Vigorou durante muitos anos um estatuto de carreira docente absurdo que nivelou tudo por baixo e que também serviu o Ministério, que se demitiu de exigir e fiscalizar a actividade docente enquanto houve necessidade de preencher quadros. É inteiramente verdade que os Sindicatos e a grande maioria dos meus colegas foram coniventes com o esquema, até porque o nivelamento por baixo é benéfico para quem se quer colocar num patamar baixo. Só quando os quadros de professores já estavam completamente preenchidos e existiu a possibilidade de trabalhar a excelência o Ministério acordou para a valiação. Nós, por nosso lado, continuamos a dormir e perdemos várias oportunidades para criar acordos salutares com Ministros que estariam disponíveis para dialogar. Agora temos de aguentar com as imposições de um que não quer.
Posto tudo isto, Maria de Lurdes Rodrigues confundiu frontalidade com despeito, autoridade coom autoritarismo, e desde a primeira hora, mostrou uma grande má-vontade para perfilhar uma solução negociada. Se tivesse sido capaz de apresentar soluções formalmente correctas e politicamente eficazes, teria ganho a guerra. Como falhou em toda a linha (veja-se as providências cautelares que surgem em catadupa e a contestação generalizada), não lhe resta outra solução: demita-se!

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