Hoje, pela hora do almoço, apanhei na SIC Notícias uma entrevista com José Silva Lopes, presidente do Montepio. Deixei-me ficar a ver, porque o entrevistado era interessante, e quando as pessoas que sabem falam daquilo que sabem sem rodeios, aprende-se sempre. E eu aprendi umas coisas.
Para o final da entrevista, dissecadas as questões da Economia, viraram-se para as generalidades. "E então o sr. doutor o que pensa da Educação?". "Acho um absurdo esta ideia dos alunos não reprovarem por faltas e que a avaliação dos professores deveria ser mais rigorosa." hã?
Desenvolvimento: começou com aquela - "na minha escola primária havia 40 alunos e só dois é que iam calçados e a professora isto e aquilo e não sei que mais e o diabo a quatro...". E depois desta historinha toda, "por isso a avaliação dos professores deveria ser mais rigorosa".
Perceberam? Eu não, o jornalista nem por isso e acho que nem ele próprio percebeu, porque emendou logo - "eu não conheço bem o texto a fundo e se calhar estou só a mandar uma opinião para o ar".
Ora aí está. Não há área em que haja mais opinion makers do que na Educação. O pior é que não lêem os documentos, como por exemplo o Estatuto do Aluno nem a Avaliação dos Professores. E mandam para o ar. E dizem asneiras. Mas a mensagem que fica é que "a avaliação dos professores não é rigorosa", seja lá o que isso quer dizer.

7 Comentários a “E a Educação?!”

  1. # Anonymous Anónimo

    eu tb atiro para o ar: a avaliação dos professores não é rigorosa. e estou-me marimbando para o documento da Avaliação dos Professores.  

  2. # Blogger Alex

    E como é que dizes que uma avaliação que ainda não se fez não é rigorosa?  

  3. # Blogger Leandro Covas

    Eu não afirmo nada em relação ao rigor da avaliação dos professores porque desconheço o assunto. Mas afirmo isto: a ética da responsabilidade não impera entre nós. Por isso, a presumir algo, presumiria no sentido da opinião do Mário.
    Quanto à avaliação dos professores, aconselho a leitura da tese de doutoramento da Prof. Dra. Paula Campos (presidente do núcleo norte da APG).  

  4. # Anonymous Anónimo

    só há duas formas de avaliar: ou através das pessoas no terreno, com chefias e lideranças bem constituídas, ou pela burocracia. a experiência (pouca, é certo) que tive na escola foi a da burocracia (papéis, mais papéis, mais papéis...)  

  5. # Blogger Alex

    Vocês andam na ganza? Então o Decreto Regulamentar da avaliação saiu no passado dia 18 de Janeiro, o processo está a começar, a primeira avaliação vai ser feita este ano, e já estão a dizer que não é rigorosa? Já sabem quem é que faz a avaliação? Já viram as fichas da avaliação? Ou estão a falar de cor?  

  6. # Blogger Leandro Covas

    E eu é que ando na ganza? Eu não acabei de dizer que "não afirmo nada em relação ao rigor da avaliação dos professores porque desconheço o assunto"? A presumir algo (e não disse que o fazia), presumiria no sentido de que ela não é rigorosa porque esta matéria é altamente politizada (pelo Governo e Sindicatos) quando a avaliação de desempenho deveria ser apenas algo técnico. Daí sugerir a tese de doutoramento que sei que levantou alguns sobrolhos nos sectores envolvidos.
    Ganza... pois...quem é o teu dealer?  

  7. # Anonymous Anónimo

    tu não entendes o que estou a dizer? estou-me marimbando para as fichas. não acredito em nada disso. a avaliação é o dia-a-dia. é ver o que professor faz nas aulas. é perceber se ele sabe ou não sabe, se ensina bem ou não ensina, se prepara bem as aulas ou não prepara, se se dedica ou não se dedica.  

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