"A Bola" publicou no passado sábado uma parte de um anuário das finanças do futebol profissional europeu, um estudo desenvolvido em conjunto com a Deloitte e a Liga, com valores referentes a 2005/06. Para quem quer perceber o que se passa no futebol e qual é o futuro dos nossos clubes a curto e médio prazo, é indispensável gastar algum tempo a digerir estes números e tendências.
A primeira conclusão óbvia é que estamos mal, muito mal. A grande questão não passa pelo sucesso/insucesso desportivo dos nossos clubes, mas sim por perceber de onde virá o dinheiro que permite sustentar a máquina do futebol profissional. E se nós, enquanto adeptos, podemos atribuir alguma importância ao número de sócios dos clubes e aos estádios cheios, este estudo desfaz qualquer ilusão: a campanha dos 300.000 sócios do Benfica faz com que 10% das receitas do clube cheguem da quotização. Isso mesmo, míseros 10%. Menos do que as receitas de publicidade, menos do que as receitas da televisão, e um quarto do que recebeu o Sporting por Nani.
Mais números - em Itália foram distribuídos 873 milhões de euros pela TV, em Inglaterra 839 milhões e em Portugal 46 milhões. O mercado está a mudar, e nós não estamos a acompanhar. O Real Madrid vai receber, de agora até 2013, 155 milhões de euros por ano de direitos televisivos, o Barcelona 128 milhões e o Lyon, 72 milhões, que é mais do que o total de receitas anuais da SAD do Benfica, que recebe 7,6 milhões da OliveDesportos, num contrato que vai durar até 2013. Só por esta rubrica já se vê o desastre que foram os contratos firmados pelos nossos clubes (sem excepção) com a empresa dos Oliveira. (continua)

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