(continuação)
3º) Deixa-a chorar, que ela cansa-se e pára
Antes de conhecer a Bia, eu considerava-me uma pessoa persistente. Agora, reconheço que a minha noção de persistência era uma brisa matinal comparada ao furacão que é a obstinação da minha filha. Se ela não quer, não quer. Ponto final. Se para provar que não quer, ela tiver de espernear, chorar e gritar durante duas horas seguidas, que seja. Não a afecta minimamente. A princípio pensei que seria eu o culpado, aquele que se dobrava facilmente. Ledo engano, falsa esperança. São todos assim, e não há pai que resista. É pegar ou largar.
4º) Os bebés são criaturas inteligentes
Um cãozito com seis meses atende pelo nome, sabe sair de casa sozinho, e se for bem ensinado até sabe fazer alguns truques. Os bebés com seis meses não sabem fazer nada disso. Se deixados a sós por alguns momentos, é alta a probabilidade de fazerem alguma asneira ou magoarem-se. Assim, os livros que dizem que os bebés com não-sei-quantos meses de idade deviam fazer isto e aquilo e mais aquilo outro só servem para atormentar pais ansiosos. Aos pais parece sempre que o nosso devia ser melhor que os outros todos.

Ainda poderia continuar, mas já chega para terem a ideia. Todas estas ideias feitas foram criadas só para nos lixar a paciência, e para que nos sintamos as pessoas mais incompetentes, inábeis e mal-jeitosas que podem existir. Em resumo, em cada pai moraria o protótipo do pior pai do mundo. Isto é tudo falso. Mas ninguém nos avisa antes.
E agora pode alguém estar a perguntar qual é a piada de ser pai. Eu assumo, sem dúvidas nenhumas, que esta pergunta só pode ser feita por alguém que não é pai. Porque, sem gastar mais palavras, a minha filha é a pessoa mais linda, inteligente e charmosa do Mundo. Não porque seja realmente linda, ou inteligente, ou charmosa, mas porque é minha.

1 Comentários a “Guia de sobrevivência para pais - II”

  1. # Blogger Eva

    Vai uma babete?;)  

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