Vi isto no blogue Cinco Dias. Arrepiante. Que voz!, que beleza!, que expressão!, que sofrimento!, que letra!
Está aqui tudo o que a música deve ser. Billie Holiday canta até com os poros.
7 Comentários a “Billie Holiday - Strange Fruit”
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FELIZ 2007, Mário!!!
Eu A-DO-RO Billie Holliday, não há ninguém que se comprare, que tenha a alma inteira na voz, que consiga dar entonações e voltas curtas nas palavras cantadas com tanta beleza.
bjo
mário, foda-se, só me frustras. ando há milénios a dizer que a billie holiday é um génio, e tu só agora lhe deste oportunidade?
tenho a obra completa, sim, umas quantas molhadas de cds. e a estatueta dela que tenho foi a única coisa que conservei de tudo quanto o rafael me ofereceu. não pode haver nada melhor do que billie holiday. se deus for generoso, poderá talvez haver algo tão bom quanto, mas melhor é um absurdo, porque nem a alma humana abarcaria a possibilidade de entender mais do que este limite já tão elevado. tenho todas as gravações video da senhora em dvd (não são muitas). um dia destes, se quiseres, se não fores um snob desaparecido, empresto-te. abraços
valter, não estás a ser completamente justo comigo, porque sempre gostei da billie holiday. Mas, ok, eu percebo a tua posição. não basta gostar...
outra coisa, o que me impressionou foi vê-la cantar, mais do que ouvi-la, porque já a ouvi muitas vezes. para além dela ser lindíssima, ela tem uma energia qualquer que a transforma, que a transfigura.
o que se passa com ela é que estava constantemente drogada e bebida. fica com um ar displicente, que fascina porque dá para perceber que aquela voz tão rara lhe saía da boca absolutamente sem esforço. a mulher podia cantar a dormir se fosse preciso. há um programa onde se ouve ela a falar e até assim é inconfundível e estranhamente melódica.
e sim, não estava a ser justo, mas a ideia era essa, picar-te, porque já te não encho a paciência há muito tempo.
Fica bem aos meus amigos de meia-idade elogiar Billie Holiday. Aos quinze anos gosta-se do Marilyn Manson, aos vinte e cinco já compreendem os Radiohead, aos trinta e cinco compramos CDs de fado e a um cota parece mal dizer que não gosta de jazz. "Quem??? a bilinha? não, já ouvia a bilinha na barriguinha da minha santa mãe. É linda. É soberba"
Ponham as mantinhas bem juntinho aos joelhos para os manter agasalhados e cuidado com as constipações.
A Billie Holiday ao pé da P J Harvey não vale um caracol.
Cris, antes de mais, feliz 2007. Vi o comentário do valter e não reparei no teu. acho que definiste muito bem a voz billie holiday. essa ideia de "voltas curvas nas palavras" está perfeita.
alex, em primeiro lugar eu nunca gostei de Marilyn Manson. exceptuando duas ou três coisas, é uma pastelice de todo o tamanho. quanto ao fado, gosto de algumas coisas, sobretudo da amália, desde os 20 anos. não tenho pachorra para o jazz e duvido que algum dia vá ter. é demasiado erudito para o meu gosto. a coisa muda de figura com as primeiras figuras do jazz porque eram muito mais instintivas e estavam menos preocupadas com o virtuosismo. quanto ao resto, não sei que mal há em mudar com a idade. a música é só para jovens de quinze anos? com os anos não muda a sensibilidade? a coisa que mais detesto ouvir é velhos a dizerem que são jovens em espírito!
por fim, a música é como o cinema, a literatura, a pintura, etc. eu não tenho de ouvir só as coisas do meu tempo. a p j harvey tem uma voz lindíssima, é verdade. e eu espero que daqui a vinte anos a Beatriz concorde connosco, mesmo sabendo que entretanto vão surgindo outras coisas igualmente boas.
eu sei que estavas pegar connosco, mas apeteceu-me escrever isto na mesma.
alexandre, vai-te foder.