Desta vez espero estar enganado.
A nomeação de Maria José Morgado para "xerife" do Apito Dourado foi, para mim, uma machadada na credibilidade da investigação. Não que eu duvide das capacidades científicas ou de investigação de Morgado, até porque não as conheço, mas porque vejo nela uma pessoa com uma sede de protagonismo maior que o gosto pela missão. Morgado ganhou a fama de justiceira implacável a disparar banalidades e lugares-comuns sobre o monstro da corrupção, sem apontar caminhos para a solução do problema e sem acusar ninguém em concreto. Foi mais uma que aproveitou as costas larguíssimas do futebol português para se pendurar e alçar a patamares de conhecimento público sem qualquer resultado prático.
Ainda há uns poucos dias outro juiz, Pedro Mourão, homem com largas responsabilidades no futebol, anunciou que foi informado por "uma jornalista" que "um árbitro internacional, conhecido e no activo" ameaçou-o, se continuasse a trabalhar no caso Apito Dourado. Ora, porra, que jornalista? que árbitro? Estas declarações terroristas e não-fundamentadas só são possíveis porque qualquer coisa cola, quando toca a dizer mal do futebol. Tem sido o modus operandi de Morgado. Não é preciso repetir que assim não vamos a lado nenhum.
Todas as pessoas que gostam de futebol gostariam de ver isso resolvido e as responsabilidades assacadas. A nomeação (política) de Morgado cheira-me a esturro. Mas espero estar enganado.
2 comentários
Por Alex
às 23:39.
A nomeação de Maria José Morgado para "xerife" do Apito Dourado foi, para mim, uma machadada na credibilidade da investigação. Não que eu duvide das capacidades científicas ou de investigação de Morgado, até porque não as conheço, mas porque vejo nela uma pessoa com uma sede de protagonismo maior que o gosto pela missão. Morgado ganhou a fama de justiceira implacável a disparar banalidades e lugares-comuns sobre o monstro da corrupção, sem apontar caminhos para a solução do problema e sem acusar ninguém em concreto. Foi mais uma que aproveitou as costas larguíssimas do futebol português para se pendurar e alçar a patamares de conhecimento público sem qualquer resultado prático.
Ainda há uns poucos dias outro juiz, Pedro Mourão, homem com largas responsabilidades no futebol, anunciou que foi informado por "uma jornalista" que "um árbitro internacional, conhecido e no activo" ameaçou-o, se continuasse a trabalhar no caso Apito Dourado. Ora, porra, que jornalista? que árbitro? Estas declarações terroristas e não-fundamentadas só são possíveis porque qualquer coisa cola, quando toca a dizer mal do futebol. Tem sido o modus operandi de Morgado. Não é preciso repetir que assim não vamos a lado nenhum.
Todas as pessoas que gostam de futebol gostariam de ver isso resolvido e as responsabilidades assacadas. A nomeação (política) de Morgado cheira-me a esturro. Mas espero estar enganado.
2 Comentários a “O Apito Morgado?”
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Alex,
Concordo plenamente contigo. Com Morgado a Justiça parece-me demasiado "palavrosa". Gostaria de ver mais acção e menos conversa inconsequente. A nível político, parece-me que a nomeação do Procurador Geral da República serve mais do que um efeito: primeiro, é inatacável em termos mediáticos. Poucos serão os actores mediáticos que se atreverão a atacar uma reputação que, em grande parte, ajudaram a construir. Seria um contra-senso se o fizessem, além de ser um risco inaceitável para a sua credibilidade; segundo, com esta nomeação o PGR espera calar a crítica solta e incómoda de Morgado. Não que lhe reconheça qualquer valor acrescentado mas porque sabe que a sua sede de protagonismo advém de projectos pessoais de ambição política; terceiro, o PGR espera que Morgado se enterre no pântano do mediatismo. A noção de “Justiça espectáculo” de Morgado é considerada perigosa pelos círculos mais conservadores. A noção de que os actores judiciais devem prestar contas perante a “opinião pública” será a corda com que o PGR espera que Morgado se enforque.
Será isto bom para a imprescindível investigação do “apito dourado” e para a credibilidade do aparelho judicial? Atrevo-me a vaticinar que não!
Feliz Natal.
Na mouche, Leandro.
Bom Natal!