O debate de ontem desiludiu-me um pouco. Entrou-se muito em questões ligadas ao imperialismo americano, à plutocracia, às teorias da conspiração, etc., etc., que são temas que confesso não me dizem nada e que não ajudam ao debate sobre o terrorismo.
Julgo que era muito mais importante discutir a natureza do combate ao terrorismo. E sobretudo analisar a intervenção no Iraque, a principal e mais controversa acção tomada pelos EUA.
Pacheco Pereira afirmou que defende a administração Bush porque esta foi capaz de perceber que estávamos perante uma guerra – guerra essa com características diferentes de todas as anteriores, em que o inimigo apresenta um aspecto difuso – e agir. Ora eu acho que a acção só tem mérito se for clara e objectiva, sobretudo se ela implicar uma intervenção armada.
Portando, as perguntas que coloco são as mesmas, que nunca vi ninguém que apoia o Governo americano responder: se o inimigo é tão diferente, porque optar por uma intervenção clássica? Uma vez que os pressupostos apresentados se revelaram falsos, o que justificou então a invasão do Iraque? Quais os objectivos dessa intervenção? Em que é que ela beneficiou o combate ao terrorismo?

1 Comentários a “Debate Terrorismo - II”

  1. # Blogger Cristina Caetano

    Muito bom post, Mário!

    Me causa surpresa sempre que alguém defende a admistração Bush e justifica a invasão do Iraque. Parece-me até um pouco infantil continuar firmando que a idéia foi boa, mesmo tendo sido baseada em suposições e posteriormente comprovada que as mesmas eram falsas.

    Longe de achar Bush um admistrador inteligente, ele e sua equipe subestimaram o inimigo. O tal "orgulho americano" meteu os pés pelas mãos. A própria forma como os soldados eram convocados para a guerra - qualquer um se inscrevia num "quiosque" plantado nas ruas - mostrava todo o despreparo para uma acção militar. Foi cruel! E mesmo assim ele conseguiu ser reeleito com uma falsa idéia de que continua sabendo proteger o povo americano de ataques terroristas. Eu realmente não entendi sua reeleição.

    Mas acho - sem conhecimento mais aprofundado - que foi isso: não foi preparada uma estratégia de invasão.  

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