(continuação)
3 - Porque é que o Gil Vicente não foi imediatamente avisado, pela Federação ou pela Liga, que o recurso a tribunais não-desportivos poderia ter como consequência a descida de divisão? Seria assim tão complicado tê-lo feito em Janeiro ou Fevereiro? E porque é que o Gil Vicente recorre a um tribunal (de Braga) e o jogador a outro (do Porto)? E porque não pediram a nulidade do contrato anterior (o que não viola o regulamento da Liga), mas a inscrição do jogador (que viola pelo menos o espírito do regulamento)?
4 - Depois há a inscrição provisória do jogador. Embora não sendo jurista, penso que só faz sentido aceitar uma inscrição provisória a qualquer acto quando os efeitos desta acção podem ser revertidos sem prejuízo para as partes envolvidas. E quando eles não podem ser revertidos, a parte que accionou a inscrição deve arcar com os prejuízos advindos.
Por outras palavras, porque é que o Gil Vicente não perdeu os pontos dos jogos em que Mateus esteve envolvido? Por incrível que pareça esta penalização, que seria a mais lógica de todas, nunca foi aventada, pelo menos tanto quanto sei.
Ainda haveria mais um ponto ou outro discutível, mas percebe-se aonde eu quero chegar. Um jogador estrangeiro não poderia estar em Portugal sem um contrato de trabalho (daí o contrato de contínuo). O presidente do Gil apercebe-se da falcatrua e tenta arranjar um esquema para inscrever o jogador. Os clubes que jogam contra o Gil, em especial o Belenenses, vêem o esquema e preparam uma artimanha para o lixar se se acharem prejudicados.
É a história dos empreiteiros, dos bancos, das seguradoras, dos arranjos, das chico-espertices e da lei do mais esperto. É tudo nosso.

0 Comentários a “As perguntas que ninguém fez no caso Mateus - parte II”

Enviar um comentário

Procura



XML