Para introdução, convém dizer que já não interessa muito estar a relembrar factos e pormenores do caso Mateus. Mas hoje, à conversa com um amigo meu, professor por vocação e jurista de formação, concordamos que este caso em si encerra um micro-cosmos do "ser português". O caso Mateus é "Os Lusíadas" adaptado a 2006.
Este meu amigo contou-me o caso dos construtores civis. Como é sabido, os empreiteiros nunca pagaram impostos. Declararam sempre ordenados mínimos, as empresas estão sempre a operar com prejuízo, e IVA é coisa desconhecida. Há cerca de dois anos o fisco começou a apertá-los, a vistoriar contas e pedir facturas. Resultado: os construtores civis sentem-se atingidos nos seus direitos. Ou seja, habituaram-se de tal forma às falcatruas, que elas passaram a ser direitos adquiridos. Agora que não as tem, sentem-se lesados.
Gastei algum tempo a ver a entrevista de António Fiúza à RTP e ontem vi uma grande parte do Prós e Contras. Não sou jornalista, mas seriam estas as perguntas que faria aos intervenientes.
1 - Foi muito significativa a intervenção do advogado do Gil Vicente, que abriu logo a dizer que "o Gil Vicente já sabia que a Liga não aceitaria a inscrição de Mateus." Então porque é que o tentaram inscrever? Haveria algum ganho para o clube na recusa da Liga e da Federação?
2 - Porque é que o Lixa tinha com o jogador um contrato de contínuo? É que se queriam pagar ao jogador "por fora" (como aliás faziam), bastava inscrevê-lo como amador. Para quê o contrato de contínuo?
(continua)

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