Eu não iria voltar ao assunto, mas vi no telejornal que as editoras portuguesas estão empenhadas em perseguir os downloads.
Por minha parte, o princípio é correcto. Tudo tem de ter um preço.
Mas os argumentos utilizados são de fazer corar as pedras.
Primeiro, atiram-nos com a história dos artistas. Já nem vou pesquisar a percentagem que os músicos tiram de cada CD. É pouco. Qualquer um que consiga somar 2 e 2 sabe que, se é verdade que as vendas de CDs baixaram 40%, uma larga percentagem tem de ser atribuída à crise. A música ainda não é um bem essencial e as pessoas tem de comer, vestir e pagar as prestações da casa.
Mais hilariante foi ouvir um representante nacional afirmar que a baixa de vendas retira espaço aos artistas novos (!!!) e investimento da indústria. Para quem anda distraído: a indústria fonográfica nacional nunca, jamais, em tempo algum vai investir em nada sem retorno garantido. Só para que se saiba, o último álbum dos Mão Morta esteve um ano pronto e à espera de uma editora que o quisesse. Ninguém quis. Saiu em edição de autor.
E já que estamos em processos, quem é que se lembra de um produto que apareceu há pouco menos de 20 anos, com menores custos de produção que um LP em vinil, e que, por isso, faria baixar os preços e aumentar as vendas? Pois é, era o CD, que ainda hoje é (bem) mais caro que o vinil. Será que podemos processar alguém por publicidade enganosa e enriquecimento ilícito?

1 Comentários a “Downloads - 2”

  1. # Blogger Cristina Caetano

    Alex, em bom português: parece "conversa para boi dormir". Não tenho idéia de como funciona esse mercado em Portugal. Por essas bandas daqui, o artista praticamente não ganha nada - é um valor insignificante mesmo - por cada C; o lucro é da gravadora. Artista só ganha dinheiro pelo seu trabalho fazendo show. Insisto que é por aqui essa forma de mercado, mas realmente...tirar a oportunidade aos artistas novos?! Custa acreditar!
    bai  

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