Nada me move contra Margarida Rebelo Pinto. Nem a imbecilidade do seus escritos, nem o facto de ter vendido mais de 700 mil livros. Nem sequer me amofina a visão da autora, de tempos a tempos, a "explicar" a sua arte. Guardo este facto junto das impressões desagradáveis, como corrigir testes ou ver o homem do bolo rei na abertura do Telejornal. Mas passa-me.
Por isto tudo, nunca sequer me chegaria à massa cinzenta a ideia de ler a analisar os oito (oito???) livros da autora, e fazer desta análise um livro, como fez João Pedro George, primeiro no seu blog, e agora em livro, a sair na objecto cardíaco. Aliás, a própria existência de tal texto é para mim prova que o ócio é obra do diabo, e deixa-me a duvidar da boa saúde mental do autor.
Porém, saber que a Oficina do Livro interpôs, em seu nome e em nome da autora, uma providência cautelar para tentar impedir a distribuição do livro é, no mínimo, estúpido. E preocupa-me.
Preocupa-me porque, tanto quanto sei "Couves & Alforrecas, Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto" descorre sobre os escritos da autora, e não sobre ela própria. Da última vez que passei os olhos sobre a Constituição, ainda nada lá estava sobre a proibição do direito de crítica. E se a providência fosse obra da loiríssima criatura, ainda vá que não vá. Que seja uma editora a combater a distribuição de um livro deixa-me imensamente apreensivo. Se houver um juiz que consiga ver nisto pés e cabeça, ficarei não preocupado, mas aterrorizado. E não acredito que seja possível.
E entretanto, espero bem que o Jacob, "El Cagón" e o supra partidário não sejam assíduos dos blogs. É que eu não tenho massa para advogados.
3 comentários
Por Alex
às 13:48.
Por isto tudo, nunca sequer me chegaria à massa cinzenta a ideia de ler a analisar os oito (oito???) livros da autora, e fazer desta análise um livro, como fez João Pedro George, primeiro no seu blog, e agora em livro, a sair na objecto cardíaco. Aliás, a própria existência de tal texto é para mim prova que o ócio é obra do diabo, e deixa-me a duvidar da boa saúde mental do autor.
Porém, saber que a Oficina do Livro interpôs, em seu nome e em nome da autora, uma providência cautelar para tentar impedir a distribuição do livro é, no mínimo, estúpido. E preocupa-me.
Preocupa-me porque, tanto quanto sei "Couves & Alforrecas, Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto" descorre sobre os escritos da autora, e não sobre ela própria. Da última vez que passei os olhos sobre a Constituição, ainda nada lá estava sobre a proibição do direito de crítica. E se a providência fosse obra da loiríssima criatura, ainda vá que não vá. Que seja uma editora a combater a distribuição de um livro deixa-me imensamente apreensivo. Se houver um juiz que consiga ver nisto pés e cabeça, ficarei não preocupado, mas aterrorizado. E não acredito que seja possível.
E entretanto, espero bem que o Jacob, "El Cagón" e o supra partidário não sejam assíduos dos blogs. É que eu não tenho massa para advogados.
3 Comentários a “Alforrecas e providências cautelares”
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acho que o + importante disto tudo é que com a Providência cautelar o livro vai ter + visibilidade e esta coisa de dizer "ela nem escreve bem, mas como é boa pessoa, tem boa imagem, não chateia muita gente, e sobretudo conhece muita gente do meio e não só, a gente até a consente no nosso círculo literário" ; se atenue e sirva de exemplo para outros.
Já agora quantas vezes ela já foi aos programas do F. J. Viegas? Pelo menos sempre que lança um novo livro está lá batidinha...
Alex,
considero a censura um objecto da imbecilidade. Além disso esse hábito na nossa cultura da "simpatia eterna" ao amigo do amigo do amigo é irritante! A literatura merece "coisa" muito melhor do que esse tipo de acontecimento.
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