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Bem intencionado porque entra por caminhos que julgo serem de grande potencialidade para a música portuguesa, procurando recuperar sonoridades tradicionais portuguesas e cruzá-las com tendências musicais mais recentes.
Falhado porque pouco inspirado. É um disco insípido, sem canções fortes, em que a mistura de influências não resulta em nada de verdadeiramente singular. Não é um trabalho mau, longe disso, mas também não altera em nada o panorama musical português. Além disso, apresenta algumas carências. A utilização da guitarra portuguesa, por exemplo, não funciona bem. É difícil de explicar, o timbre deste instrumento está lá, mas não parece que estamos a ouvir guitarra portuguesa, falta-lhe talvez a composição, o modo específico de a tocar. Outro exemplo, a utilização de poemas de alguns autores portugueses contemporâneos é por vezes confusa. Maria Antónia Mendes parece que se atropela nas palavras. Compreensivamente, é muito difícil transformar poesia em letra de música.
A destacar no disco duas canções: Señorita e A Verdade Apanha-se Com Enganos.
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