Ontem fui ver «Um Passeio pela História», um filme sobre os últimos dias de Mitterrand. É um testemunho de um dos mais importantes políticos da segunda metade do século XX, mas para mim vale sobretudo pela reflexão que implicitamente se faz nele sobre a esquerda europeia e sobre a sua decadência. O definhamento de Mitterrand parece uma metáfora do enfraquecimento do socialismo nos últimos vinte, trinta anos.
No filme respira-se uma nostalgia dos tempos da utopia, dos tempos em que a esquerda era poderosa e acreditava que era possível criar sociedades mais justas. O jornalista que acompanhava Mediterrand afirma a certa altura no filme que existe na Humanidade esse desejo profundo de criar uma sociedade igualitária, ao que o estadista responde: «não confunda o seus desejos com os da Humanidade.» Teria esta resposta sido possível nos anos 60 ou até 70?

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