A França é definitivamente um país em crise. Qualquer medida que os diversos governos queiram tomar lá vem o povo para rua clamar pela democracia e liberdade. Sobre esta questão especificamente, os manifestantes não me parecem ter razão, os países da Europa que apresentam melhor níveis de desenvolvimento e melhor desempenho económico e social são aqueles que optaram por uma maior liberalização da legislação laboral, como a Espanha, o Reino Unido e os países nórdicos.
2 comentários
Por Mário Azevedo
às 09:59.
2 Comentários a “Em constante tumulto”
Enviar um comentário
Em crise não acho, talvez em convulção. A irreverência da sua gente é assim, são um bastião da democracia. Agora, o estado providência tal qual o conhecemos está caduco e ultrapassado. Mais, a solução encontrada pela europa do pós-guerra faliu, as politicas sociais, laborais, económicas entre outras, carecem de urgente reajustamento. A "Teta" do estado está seca (Sócrates deve olhar com atenção). Quando Benjamim Franklin (sim, o do pára-raios), após beber das ideias da democracia e as importa para os Estados Unidos, talvez nunca explicou aos franceses que não era tudo do estado, sempre pelo estado e nada contra o estado. Portanto os jovens devem perceber isto, ver onde levam as novas regras (de todo, isto é um novo maio de 68), os sindicatos ou mudam ou extinguir-se-ão, tal qual os conhecemos. Por último toda a clase politica tem de evoluir para para uma nova realidade económico-social. Nós por cá, idem!
Julgo que a França está em crise, não pelos tumultos que têm acontecido, mas pela frouxa defesa da democracia que tem exercido. Estou seriamente preocupado com a crescente onda de hipocrisia que dá pelo nome de "políticamente correcto". A França não soube reagir aos tumultos nos arredores de Paris há uns meses e agora parece querer repetir a dose. Repararam que não utilizei o termo "manifestações" porque parto do princípio que estas são pacíficas e ordeiras enquanto o que se passa é diametralmente o oposto. E qual o resultado? Um bando de criminosos a subverterem o Estado democrático num dos seus bastiões europeus. Sempre defendi que a Lei não pode cair na rua e sempre defendi que o exército deveria ter saído à rua em França para repor a ordem democrática e defender os bens dos cidadãos ordeiros que desesperavam com o caos.
Mas parece não ser políticamente corrrecto defender estas opiniões e, por isso mesmo, temos uma camada dirigente frouxa e sem convicções (um luxo para muito poucos, ao que parece).
Querem um exemplo mundano desta nova onda de fundamentalismo? - as reacções ao post do Válter acerca do Che Guevara.
Eis um perigo real e subreptício.