foi ontem à noite. no teatro do campo alegre.
quem lá esteve sabe que foi inesquecível. primeiro foi o valter a apresentar o seu novo livro - "livro de maldições". a palavra cortante trespassou quantos ouviram. e foi cortante de crueza, de ironia, e de meter medo.
nada, no entanto, que nos preparasse para a segunda parte. os mécanosphère foram simplesmente indescritíveis. adolfo pediu emprestadas mais palavras de valter - mas desta vez elas não só cortaram, mas cauterizaram, maceraram, violentaram quem as recebeu.
foi um espectáculo do verbo - mas não foi "bonito". foi intenso.
do "livro de maldições", transcrevo o primeiro parágrafo do texto que me é dedicado (e à carla), com indisfarçável orgulho:
"abandonei os meus filhos, um a um, num só dia sob o sol abrasador. seguiram na secura do caminho, pelo sulco do lugar do rio, onde o rio já não estava, e não olharam para trás a ordens de morte que lhes dei. dia de sol inteiro ficou o silêncio a envolver as coisas como fogo a consumi-las grave e por dentro."
"livro de maldições" é uma edição da objecto cardíaco e estará brevemente nas livrarias


Procura



XML