Xerxes não fora o primogénito do grande Dário da Pérsia (que por sinal até era de baixa estatura) mas desde cedo evidenciou qualidades tais que levaram seu pai a preterir os seus irmãos mais velhos à sucessão. Xerxes quando petiz era já o rei das diabruras (ele e o seu macaquinho de estimação que nunca o largava), mas quando chegava a hora de sofrer os respectivos castigos Xerxes expedia tais correctivos a um escravo ali à mão. Dário reparando que este hábito se trivializava desmesuradamante e que Xerxes deixara de ajuizar, de todo, a gravidade do Sofrimento, chamou-o um dia aos seus aposentos.
D- “Sabes que o teu macaco quebrou hoje uma estátua do divino Zoroastro? Terei de o castigar para não sermos nós, os mortais, castigados!”.
X- “Meu senhor, não podeis antes castigar um escravo? Demando-vos!”
D- “Sabes bem que não! Está escrita que só o animal… ou então o seu amo! Por isso…”
Dário retirou da lareira um ferro em brasa e dirigiu-o de presto em direcção ao macaco, que logo se aferrolhou, aterrado, a Xerxes. Este temendo que seu fiel comparsa não resistisse, ofertou-se ele, também terrificado, para sofrer inexorável punição. Seu pai não hesitou nem por um momento, abriu-lhe palma da mão e marcou-a para sempre com o ferro
A partir desse momento sempre que Xerxes empunhava uma espada numa guerra, somente o roçagar do seu punho nas cicatrizes de sua mão, fazia-lhe sentir, bem no seu âmago, a extrema gravidade da dor e do bárbaro sofrimento.
Uns séculos mais tarde… o imperador Nero (que por acaso também tinha um dedicado macaquinho), ainda relativamente jovem, aprendeu que a sua verdadeira força no Coliseu romano era poder levantar o polegar na direcção do firmamento quando a turba reclamava que um gladiador/escravo fosse feito cadáver na enegrecida terra. Mais que mostrar magnanimidade, Nero pretendia pronunciar-se triunfador sobre a horda envolvente sem necessitar de recorrer a qualquer arma. Unicamente ao seu dedo, usando assim a sua arma mais poderosa: a sua inteligência (?)
Alguns patrícios diriam que era só magnanimidade, mas eu diria que era mesmo só vaidade!!
Para além de muitas mãos, de alguns escravos e do perene macaquinho, alguns pensarão: 'em que é que estas histórias realmente se entrelaçam?' A ajuizada resposta será dada por um substancial número de vós no próximo Domingo.
p.s.: bem que podeis procurar a primeira história que não a encontrareis em lado algum.3 Comentários a “Os três macacos de Nikko.”
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Um àparte: havia uma banda que ouvia na década de 80...que eram os Xerxes von Monshrei (???)
http://umpardebotas.blogs.sapo.pt
Oi Fernando. Muitos macaquinhos desconhecem a força que teem.;)
bye.
Voltei. Estou ali ao lado, :). Merci! :) bye.