O Festival de BD de Angoulême, que é hoje reinaugurado pela 33ª vez, será dominado em grande parte pela produção asiática, em especial a manga (japonesa).
A actual primazia da manga no panorama mundial da banda desenhada, onde mesmo num resistente bastião (e um dos mais emblemáticos países neste domínio), a França, ela representa no presente mais de 40% do mercado, colocando cada vez mais em crise a produção gaulesa; induziu a uma forte expressão de mangakas neste edição.
O destaque vai todo ele para Kotobuki Shiriagari, na actualidade um dos mangakas mais afamados por terras nipónicas, cuja fama advém-lhe sobretudo da publicação contínua e desde há muitos anos de tiras na imprensa, sobretudo no diário Asahi Shimbun (possui uma tiragem superior a 12 milhões de exemplares - o 2º jornal mais vendido do mundo) ou de séries publicadas em álbuns ou editadas por ele
Kotobuki Shiriagari não se revela um artista nada convencional, disposto a surpreender-nos a todo o momento. Nas suas originais exposições e instalações artísticas que concebe para as galerias, entre outras, de Tóquio e Quioto, Shiriagari recria a cada instante o conceito de artista mangaka, em parte por empreender a concepção da sua produção multimédia algumas das vezes em interacção directa com o público envolvente. O mesmo se sucederá em Angoulême onde no Hôtel de Ville, e com público a assistir ao vivo e a cores, Shiriagari procederá à composição, ao longo de três dias, de uma obra de
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