Começando pelo essencial: o Sporting jogou melhor, teve mais oportunidades e mereceu ganhar.
Jesualdo teve pelo menos duas opções muito discutíveis. A primeira foi Mariano González, que até conseguiu dar um ar da sua graça numa jogada na primeira parte que deveria ter dado golo, mas fez pouco mais para justificar a chamada no lugar de Tarik. A segunda, João Paulo, foi decisiva.
Eu sempre fui, em princípio, contra adaptações. E quando são adaptações pontuais, ditadas por circunstâncias mais ou menos inventadas pelos treinadores, normalmente os resultados são ainda piores. Li que Marek Cech, um jogador pouco espectacular, mas muito certinho, não estava em condições físicas para actuar. Mas ainda havia Lino. E escolher João Paulo em detrimento do brasileiro foi um erro crasso, e incompreensível. João Paulo já mostrou à saciedade a sua polivalência - joga mal em várias posições. É um central fraco e um trinco mau, mas é como lateral que tem revelado a sua pior face. A defender foi um passador, a atacar não existiu, e quando o treinador se preparava para o subsituir (já muito depois da altura adequada) conseguiu ser expulso numa jogada estúpida, que merecia cartão preto e voz de prisão. Se virem as repetições, constatem que ele nem sequer passou perto da bola. Aquele carrinho era só para quebrar as pernas do Moutinho.
Se Jesualdo resolveu facilitar a vida a Paulo Bento, dando-lhe um flanco inteiro sem jogadores para fazer jogo, Bento também resolveu não arriscar em demasia e saiu um jogo fraquinho. E as dificuldades físicas dos jogadores põe-me a pensar que há qualquer coisa que não funciona com as nossas equipas - no início da época falta ritmo e entrosamento, a meio há sobrecarga de jogos e no final estão cansados. Quando é que vamos ver o Sporting a fazer jogos em condições? E jesualdo tem muito em que pensar. Nos dois momentos da época em que teve tempo e condições para "preparar" encontros decisivos (Schalke 04 e final da taça), o tiro saiu ao lado. Será que a ideia de que o melhor é rodar a equipa e descansar jogadores tem algum fundo lógico, ou é só mais uma teoria do senso comum que dá sempre asneira.
Desde que este blog começou decidi que não falava sobre arbitragens. Abro hoje uma pequena excepção para concordar em parte com o Leandro. As duas grandes penalidades são claras, especialmente a segunda. E a questão dos "critérios" só mostrou o que toda a gente sabe - Benquerença é um árbitro fraco, que tem dificuldades a discernir os lances e que mostra cartões ao sabpor do momento. Mas é natural que os árbitros não estejam à vontade para decidir a favor do Porto em qualquer lance em que paire a menor dúvida. É uma factura que o Porto esteve a pagar nesta época e vai continuar a pagar nas seguintes. Mas a culpa deste estado de espírito dos apitadores, na minha opinião, não é dos árbitros, mas do Porto.
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