Os Exames Nacionais do Ensino Secundário estão a comemorar 10 anos em Portugal. É verdade, já passaram 10 anos, mas não sei se por pudor ou por esquecimento, nem o Ministério da Educação, nem a Comunicação Social aproveitaram a efeméride para discutir o que ainda está por discutir: o que mudou com a introdução dos Exames Nacionais?
Também não sei se foi para comemorar a década, mas, como não poderia deixar de ser, já houve uma grande barraca na prova de Físico-Química: uma pergunta sem resposta possível. E quem não se recorda que em 1996/97, os Exames de Matemática estavam tão mal feitos que o Ministério decidiu atribuir 2 valores extra a cada aluno, o que permitiu notas de 21 e 22 valores? Estes episódios deveriam lançar uma segunda questão: este figurino de Exames Nacionais é aquele que melhor serve os alunos?
Quanto a mim, vejo com grande preocupação que os Exames nunca foram debatidos a sério. E estes 10 anos seguindo o mesmo modelo, com alterações de pormenor, já nos poderiam fornecer muitos dados concretos sobre o Ensino Secundário em Portugal, se existisse a iniciativa de os coligir e apresentar. E disso continuo eu à espera.
Para expor o meu ponto de vista, este "manifesto" está dividido em duas partes - sendo a primeira a questão de fundo e de princípio que me coloca contra os Exames. Mas, sabendo que de momento existe um consenso mais ou menos alargado entre Governo, alunos, professores e pais de que os Exames estão para lavar e durar (e expandir), também tenho outra série de objecções ao modelo actual de Exames, e sugestões para o melhorar, além de desmentir alguns mitos urbanos ligados à relação entre Exames e ensino (continua)

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